Fugas - Motores

Que seria do Romeo sem a sua Giulietta?

Por João Palma

A Alfa Romeo lançou uma versão comemorativa do 60.º aniversário do icónico Giulietta Sprint de 1954, transpondo para o século XXI o ADN e o espírito do modelo original. E inaugurou o Alfa Romeo Hall of Legends que reúne os carros históricos da marca.

Nos anos 40 do século passado, por ocasião de um salão automóvel de Paris, jantavam os donos da Alfa Romeo num restaurante parisiense quando o proprietário deste, um príncipe russo, se abeirou deles e disse: “Tantos Romeus e nenhuma Julieta!” A observação não caiu em saco roto e deu origem à criação do primeiro Giulietta, em 1954. Sessenta anos depois, a “neta” mantém o espírito e a beleza da sua antecessora, num romance que, ao contrário do original shakespeariano, tem tido uma história feliz.

O lançamento do Giulietta marcou um ponto de viragem na história da Alfa Romeo. Naqueles anos 50 do século XX, de boom económico e recuperação industrial, com o lançamento do Giulietta, a Alfa Romeo passou de um fabrico diário de 20 carros para 200: pela primeira vez, possuir um Alfa Romeo tornou-se acessível.

E foi para celebrar esta longa história de amor entre o (Alfa) Romeo e a Giulietta, que a marca italiana, com base na 3.ª geração do Giulietta de 2010, decidiu criar uma versão especial comemorativa do icónico Giulietta Sprint de 1954, disponível já este mês em Portugal.

É verdade que a vida da Alfa Romeo não está isenta de escolhos ao longo da sua existência. Até se dizia que os Alfa Romeo eram os carros das duas alegrias: quando se compravam e quando se vendiam. Porém, a história recente contradiz essa imagem negativa que se criou: veículos como o Alfa Romeo MiTo são exemplos de conjugação de elegância de linhas com fiabilidade mecânica e a terceira geração do Giulietta não foge à regra.

O Alfa Romeo Giulietta Sprint, versão de 2014, construído sobre uma nova plataforma e tendo uma nova suspensão, pretende emular o espírito e o ADN do modelo original, conjugando leveza e eficiência com uma elegância de linhas no melhor estilo italiano. Coincidindo com o lançamento do Giulietta Sprint, é introduzido um novo motor a gasolina 1.4 TB MultiAir de 150cv e na restante gama de propulsores verificam-se algumas melhorias, nomeadamente na versão mais potente do 2.0 JTDm a gasóleo, que passa a oferecer 175cv em vez dos anteriores 170cv.

São várias as motorizações possíveis do Giulietta Sprint: 5 a gasolina, 3 a gasóleo e 1 GPL/gasolina. No entanto, em Portugal, face ao regime fiscal e à especificidade do mercado, só estão disponíveis as duas variantes de 150cv e 175cv do bloco 2.0 JTDm a gasóleo, ambas, segundo a marca, com reduzidos consumos e emissões e boas performances.

Com o novo motor 1.4 TB MultiAir de 150cv a gasolina, este veículo custaria praticamente o mesmo que a versão com o 2.0 JTDm de 150cv diesel. E por falar em preços, os do Giulietta Sprint são bastante concorrenciais: 28.500€ para o JTDm de 150cv com caixa manual de 6 velocidades e 32.500€ para a variante com 175cv e caixa TCT automática de dupla embraiagem e 6 relações.

Com dimensões compactas (4351mm de comprimento, 1465mm de altura e 1798mm de largura), o novo Giulietta Sprint tem um visual dinâmico e elegante, na boa tradição italiana: ao emblema distintivo desta versão somam-se a grelha frontal, retrovisores, puxadores das portas e aros dos faróis de nevoeiro em antracite, as jantes específicas de 17’’, o difusor traseiro e as grandes saídas de escape.

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