Fugas - Motores

Espaço, conforto e economia a pensar nas famílias

Por Carla B. Ribeiro

Tal como qualquer Golf, o Sportsvan poderia ser caracterizado como um carro fiável. Mas pretende ser mais que isso: quer ser reconhecido também pelo seu espaço, conforto e economia. Tudo em versão compacta.

O Sportsvan chegou este ano para substituir o Golf Plus, cujas vendas foram suspensas em 2013, e traz consigo a designação de MPV (multi-purpose vehicle) e mais 13cm que o veículo que substitui (mede 4338mm de comprimento).

Significa isto que é um carro amplo, com várias utilidades, podendo tão depressa ser uma solução de carga como a seguir ser uma resposta para as famílias. Mas para Portugal a Volkswagen não deixou que o Sportsvan ficasse numa espécie de terra de ninguém e, optando por apenas duas motorizações diesel, fez dele um carro de família.

A sua queda familiar é facilmente observável na preocupação com os lugares dos vários ocupantes. No banco de trás, por exemplo, há três lugares reais, todos de muito fácil acesso, que beneficiam de uma ampla distância em relação aos bancos dianteiros. Isto é um ponto positivo para quem seja muito alto e tenha de seguir no banco traseiro (a altura do carro, de 1578mm, é suficiente para que ninguém tenha receio de bater com a cabeça no tejadilho), mas também para quem ainda tenha crianças pequenas com cadeirinhas.

A montagem dos bancos infantis, tida habitualmente como uma tarefa hercúlea, é bastante facilitada pela altura do carro e pela ampla abertura das portas. E, depois de acomodadas as crianças e já sentadas aos comandos, é gratificante perceber que os pequenos pezinhos oscilantes não conseguem pontapear as costas do nosso banco. Poupa-se um ralhete e os miúdos seguem bem mais animados a bailar com as pernitas.

A sua queda familiar volta a afirmar-se numa bagageira, cujo desenho torna tudo muito fácil de arrumar, e cuja capacidade permite acomodar entre 500 e 590 litros (com a segunda fila de bancos rebatida, a capacidade atinge os 1520 litros). O Golf de cinco portas, por exemplo, oferece uma mala cuja capacidade oscila entre os 380 e os 1270 litros, enquanto a Variant ultrapassa a oferta do Sportsvan, mas por pouco: 605 litros (1620, com segunda fila rebatida).

Mas é na poupança que, nos dias que correm, o Sportsvan poderá conquistar mais adeptos entre as famílias. Sobretudo quando se olha com atenção para o bloco 1.6 TDI com 110cv, com que nos passeámos durante uns dias. No caso servido por caixa manual de cinco velocidades (o mesmo motor pode ser acoplado a uma automática DSG de sete relações), esta motorização consegue ser tranquila, proporcionando uma condução constante, sem praticamente nenhuma quebra.

A aceleração dos 0 aos 100 km/h faz-se em 11,3s – não sendo nenhum portento, também não desilude. Já as recuperações não são rápidas, mas são fáceis e, beneficiando de um binário máximo de 250 Nm, disponível logo a partir das 1500 rotações (e até às 3000rpm), revela-se com força suficiente para fazer face a alguns obstáculos.

Já respeitando a norma Euro 6 de emissão de partículas e emissões de CO2 na ordem dos 106 g/km, o Sportsvan 1.6 TDI 110cv, com sistema Start/Stop, de paragem e arranque automáticos do motor, anuncia um consumo médio de 4,1 litros a cada cem quilómetros. O valor não é fácil de cumprir, mas a realidade também não fica muito além do que a marca anuncia. Algo que poderá satisfazer o consumidor na hora de abastecer.

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