Não temos quaisquer dúvidas: o bloco 2.0 TFSI, com 230cv ou, mais tarde, com 310cv, será o mais cobiçado. Mas na hora de decidir, diz a marca, as escolhas recaem sobre o modelo a diesel — menos potente, é certo, mas bem mais comedido nos consumos, com uma média de 4,2 l/100km, anuncia a Audi.
De frisar, no entanto, que o facto de ser menos potente que os manos a gasolina não significa que a classificação desportivo não lhe caia que nem uma luva, sobretudo se accionado o sistema mais agressivo de condução. O bloco é reactivo o suficiente para criar algumas borboletas na barriga, acelerando dos 0 aos 100 km/h em 7,1 segundos e atingindo uma velocidade máxima de 241 km/h.
Além do mais, tirando partido de uma suspensão firme (que, em viagens mais longas, pode deixar um amargo de boca) e de uma direcção muito precisa, o novo Audi TT destaca-se pela agilidade. E, muito por causa da sua capacidade de travagem, não é difícil pô-lo à prova em curva e contracurva — a verdade é que o condutor sente que está sempre no controlo da viatura, favorecendo a sua sensação de segurança. É como se o carro estivesse colado ao asfalto.
O sentimento de segurança também é potenciado pela posição que o condutor consegue ter aos comandos, sempre com uma excelente visibilidade garantida. O único senão seria o vidro traseiro no caso de haver passageiros no banco de trás. Mas este é demasiado apertado para que essa situação se verifique com frequência. O banco traseiro, sublinhe-se, não serve bem sequer crianças pequenas, sendo útil apenas para uma qualquer aflição. Nenhuma crítica de peso. Afinal não se trata de um quatro lugares, mas de um 2 + 2. Pontos positivos, porém, para os materiais usados nos estofos, quer à frente quer atrás — no banco traseiro até se pode ir apertado, mas bem instalado.
No banco dianteiro, uma realidade completamente díspar. Tanto o condutor como quem se senta ao seu lado podem ter a certeza de que vão poder usufruir de espaço mais do que suficiente para se sentirem numa espécie de lounge — apenas o corte do vidro dianteiro, devido à altura do carro de apenas 1353mm (a mesma do modelo anterior), pode ter um efeito ligeiramente claustrofóbico.
As semelhanças com a geração anterior no que diz respeito às medidas começam e acabam na altura do carro, residindo a maior diferença na distância entre eixos, que cresceu 37mm para 2505mm. Também o volume da mala viu a sua capacidade aumentada, ainda que em apenas 13 litros, somando agora 305 litros.
Já na sua aparência, a Audi trabalhou no sentido de aproximar esta terceira geração ao bem-sucedido original de 1998, numa operação que a marca classificou de “reinterpretação”. Na dianteira, sobressai a grelha de um único friso, a forma em V sobre o capot — em cuja dianteira se encontram bem visíveis os quatro anéis da marca —, e as ópticas rasgadas, servidas por faróis com Xénon Plus, de série, ou com tecnologia LED ou Matrix LED, como opcionais.
Atrás, as linhas horizontais reforçam a sensação de largura e, assim que se atinge uma velocidade de 120 km/h, a imagem desportiva é acentuada pelo spoiler que se ergue da tampa da bagageira.
No interior, o projecto parece ter sido pensado no sentido de limpar todos os ruídos visuais, aproximando o Audi TT de um verdadeiro desportivo. Todo o tablierapresenta-se agora como um painel praticamente despido. O apoio ao condutor chega com o novo Audi Virtual Cockpit, que concentra todas as funções no visor por trás do volante. Este painel de instrumentos, um ecrã LCD de 12,3 polegadas, exibe todas as informações: desde os tradicionais velocímetro e conta-rotações até às funções de telefone, de multimédia ou de navegação, bem como todos os serviços disponíveis a partir do Audi Connect.
A Audi defende que esta nova posição do painel de info-entretenimento facilita a vida ao condutor, que não tem de tirar tanto os olhos da estrada como quando tinha de consultar o ecrã localizado ao centro do tablier. No entanto, a quantidade de informação pode tornar-se excessiva e a sua leitura pode não ser a mais fácil. Não deixa, por isso, de ser um passo em frente que compensa o estudo necessário dos comandos do volante para que se consiga tirar partido do mesmo.
DETALHES
Mais tecnologia
Foi designado por Audi Virtual Cockpit e é uma nova maneira não só de prestar informação ao condutor como de redesenhar todo o tablier. Ou seja, todas as informações passaram a estar concentradas no sítio onde habitualmente se encontra o ecrã da instrumentação. Agora, no mesmo sítio, num painel LCD, está o tradicional painel de instrumentação (digital e que pode ser aumentado, diminuído ou escondido), além de todas as outras funções de info-entretenimento que antes se encontrava no ecrã ao centro do tablier. A inovação já trouxe frutos: o Audi TT acaba de vencer o prémio Connected Car 2014 atribuído pelas publicações alemãs especializadas Auto Bild e Computer Bild.
Sem espaço
O banco traseiro está lá e pode ser usado, claro. Mas não mais do que para um percurso mínimo e quase exclusivamente por crianças pequenas — de preferência com um comprimento em que as pernitas ainda não saiam da cadeirinha. Na prática, o banco traseiro funciona melhor como uma prateleira de apoio para quem vai à frente. Aí, sim, há espaço de sobra, além de conforto, proporcionado também pela qualidade dos materiais seleccionados pela marca para este coupé.
Diesel animado
Sendo um diesel, é certo que a garra desportiva não é tão agressiva como os congéneres a gasolina. Mas o comportamento da caixa, manual de seis velocidades, quase faz esquecer o facto. É precisa e ágil, revelando um comportamento adaptável ao que se deseja quando se tira partido dos diferentes modos de condução. Para uma caixa automática S tronic, há que escolher este extra mas apenas com o 2.0 TFSI – neste caso, com launch control.
Olhar (bem) iluminado
É uma das grandes mudanças face aos modelos anteriores. As ópticas dianteiras estão muito mais estreitas e menos “quadradonas”. O resultado é um olhar, que se desenha no contorno do capot, menos pesado e mais rasgado. Além de, claro, mais agressivo. Os faróis chegam de série com tecnologia Xénon Plus, mas é possível equipar a viatura com tecnologia LED ou com Matrix LED — em ambas as opções, a assinatura luminosa é sublinhada por um contorno criado pela faixa de separação nos faróis, também iluminada. O direccionamento das luzes em curva é extremamente preciso e uma ajuda muito útil em estradas menos iluminadas.
Barómetro
+ Agilidade, precisão da direcção, materiais de qualidade, conforto dos lugares dianteiros, inovação do cockpit virtual.
- Inutilidade dos lugares traseiros, desconforto em grandes viagens devido à suspensão dura
FICHA TÉCNICA
Mecânica
Cilindrada: 1968cc
Potência: 184cv@3500/4000rpm
Binário: 380 Nm@1750/3250rpm
Cilindros: 4, em linha
Alimentação: Gasóleo, com sistema de injecção directa
Tracção: Dianteira
Caixa: Manual de 6 velocidades
Suspensão: tipo McPherson, com braços triangulares transversais de alumínio e barra estabilizadora tubular, à frente; eixo de 4 braços e barra estabilizadora tubular, atrás
Direcção: Eletro-mecânica
Diâmetro de viragem: 10,96m
Travões: Discos ventilados à frente; discos, atrás
Dimensões
Comprimento: 4177mm
Largura: 1832mm
Altura: 1353mm
Distância entre eixos: 2505mm
Peso: 1265kg
Pneus: 225/50 R 17’’
Capac. depósito: 50 litros
Capac. mala: 305 litros
Prestações
Veloc. máx.: 241 km/h
Aceleração 0-100 km/h: 7,1s
Cons. misto: 4,2 litros/100 km
Emissões CO2: 110g/km
Preço: 47.590€ (viatura ensaiada, 56.850€)
* Dados do construtor
EQUIPAMENTO
Segurança
ABS: Sim
Controlo electrónico de estabilidade: Sim
Airbags dianteiros: Sim
Airbags laterais: Sim, à frente
Auxílio ao arranque em subida: Sim
Distribuição força de travagem: Sim
Monitorização da pressão dos pneus: Sim
Sistema de fixação Isofix para cadeiras de crianças: Opção
Aviso de colocação do cinto de segurança: Sim
Vida a bordo
Comando à distância: Sim
Fecho central: Sim
Vidros eléctricos: Sim, à frente
Vidros traseiros escurecidos: Opção
Direcção assistida: Sim
Espelhos retrovisores com regulação eléctrica: Sim
Espelhos retrovisores rebatíveis electricamente: Opção
Retrovisor interior com anti-encandeamento automático: Opção
Volante regulável: Sim, em altura e profundidade
Volante em cabedal: Sim
Volante multifunções: Sim
Bancos com apoio lombar: Opção, eléctrico
Comandos de rádio e telefone no volante: Sim
Rádio/CD com MP3: Sim
Bluetooth e USB: Sim
Audi sound system: Opção
Ar condicionado: Sim
Bancos dianteiros ajustáveis em altura: Sim
Limitador de velocidade: Sim
Cruise control: Opção
Computador de bordo: Sim
Jantes em liga leve: Sim, 18’’ (Pacote desportivo S Line)
Alarme: Não
Sensores de estacionamento: Não
Sistema de navegação plus com MMI touch: Opção
Alarme: Opção, com protecção antirreboque