Fugas - Motores

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Um desportivo com (alguma) vontade de ser poupado

Por Carla B. Ribeiro

Os puristas dirão que um Audi TT deverá ser sempre servido a gasolina. Sem querermos discordar, pudemos comprovar que o espírito desportivo deste carro também pode ser saboreado a diesel.

Não temos quaisquer dúvidas: o bloco 2.0 TFSI, com 230cv ou, mais tarde, com 310cv, será o mais cobiçado. Mas na hora de decidir, diz a marca, as escolhas recaem sobre o modelo a diesel — menos potente, é certo, mas bem mais comedido nos consumos, com uma média de 4,2 l/100km, anuncia a Audi.

De frisar, no entanto, que o facto de ser menos potente que os manos a gasolina não significa que a classificação desportivo não lhe caia que nem uma luva, sobretudo se accionado o sistema mais agressivo de condução. O bloco é reactivo o suficiente para criar algumas borboletas na barriga, acelerando dos 0 aos 100 km/h em 7,1 segundos e atingindo uma velocidade máxima de 241 km/h. 

Além do mais, tirando partido de uma suspensão firme (que, em viagens mais longas, pode deixar um amargo de boca) e de uma direcção muito precisa, o novo Audi TT destaca-se pela agilidade. E, muito por causa da sua capacidade de travagem, não é difícil pô-lo à prova em curva e contracurva — a verdade é que o condutor sente que está sempre no controlo da viatura, favorecendo a sua sensação de segurança. É como se o carro estivesse colado ao asfalto.

O sentimento de segurança também é potenciado pela posição que o condutor consegue ter aos comandos, sempre com uma excelente visibilidade garantida. O único senão seria o vidro traseiro no caso de haver passageiros no banco de trás. Mas este é demasiado apertado para que essa situação se verifique com frequência. O banco traseiro, sublinhe-se, não serve bem sequer crianças pequenas, sendo útil apenas para uma qualquer aflição. Nenhuma crítica de peso. Afinal não se trata de um quatro lugares, mas de um 2 + 2. Pontos positivos, porém, para os materiais usados nos estofos, quer à frente quer atrás — no banco traseiro até se pode ir apertado, mas bem instalado. 

No banco dianteiro, uma realidade completamente díspar. Tanto o condutor como quem se senta ao seu lado podem ter a certeza de que vão poder usufruir de espaço mais do que suficiente para se sentirem numa espécie de lounge — apenas o corte do vidro dianteiro, devido à altura do carro de apenas 1353mm (a mesma do modelo anterior), pode ter um efeito ligeiramente claustrofóbico.

As semelhanças com a geração anterior no que diz respeito às medidas começam e acabam na altura do carro, residindo a maior diferença na distância entre eixos, que cresceu 37mm para 2505mm. Também o volume da mala viu a sua capacidade aumentada, ainda que em apenas 13 litros, somando agora 305 litros. 

Já na sua aparência, a Audi trabalhou no sentido de aproximar esta terceira geração ao bem-sucedido original de 1998, numa operação que a marca classificou de “reinterpretação”. Na dianteira, sobressai a grelha de um único friso, a forma em V sobre o capot — em cuja dianteira se encontram bem visíveis os quatro anéis da marca —, e as ópticas rasgadas, servidas por faróis com Xénon Plus, de série, ou com tecnologia LED ou Matrix LED, como opcionais. 

Atrás, as linhas horizontais reforçam a sensação de largura e, assim que se atinge uma velocidade de 120 km/h, a imagem desportiva é acentuada pelo spoiler que se ergue da tampa da bagageira.

No interior, o projecto parece ter sido pensado no sentido de limpar todos os ruídos visuais, aproximando o Audi TT de um verdadeiro desportivo. Todo o tablierapresenta-se agora como um painel praticamente despido. O apoio ao condutor chega com o novo Audi Virtual Cockpit, que concentra todas as funções no visor por trás do volante. Este painel de instrumentos, um ecrã LCD de 12,3 polegadas, exibe todas as informações: desde os tradicionais velocímetro e conta-rotações até às funções de telefone, de multimédia ou de navegação, bem como todos os serviços disponíveis a partir do Audi Connect. 

A Audi defende que esta nova posição do painel de info-entretenimento facilita a vida ao condutor, que não tem de tirar tanto os olhos da estrada como quando tinha de consultar o ecrã localizado ao centro do tablier. No entanto, a quantidade de informação pode tornar-se excessiva e a sua leitura pode não ser a mais fácil. Não deixa, por isso, de ser um passo em frente que compensa o estudo necessário dos comandos do volante para que se consiga tirar partido do mesmo.

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