Fugas - Motores

DS5, um portento de luxo e conforto

Por João Palma

A marca DS, nascida da Citroën, é um contra-ataque às incursões das marcas de automóveis premium em segmentos que eram coutada dos fabricantes generalistas. Conduzimos o seu navio-almirante, o DS5, com o novo motor 1.6 BlueHDi de 120cv.

A linha DS sempre se diferenciou da gama Citroën por sofisticação no design, nível de equipamentos, qualidade dos materiais utilizados e um cuidado nos acabamentos que tornam os modelos da DS veículos premium. Essa afirmação de independência chega agora ao ponto da supressão da designação Citroën nos automóveis desta (sub)marca. Assim, o carro topo de gama da DS passa a chamar-se apenas DS5 em vez de Citroën DS5. A Fugas conduziu-o com o novo motor 1.6 BlueHDi de 120cv a gasóleo.

Este modelo do segmento D da marca DS, uma berlina de cinco lugares e cinco portas, com uma ampla mala de 468 litros, foi o veículo escolhido para a introdução de dois novos motores a gasóleo do grupo PSA Peugeot Citroën: 1.6 BlueHDi de 120cv e 2.0 BlueHDi de 180cv, ambos cumprindo a norma Euro 6 de emissões. Conduzimos o DS5 com a motorização que deverá constituir o grosso das vendas desta berlina, a 1.6 BlueHDi de 120cv, com caixa manual de seis velocidades, que, com um preço ligeiramente inferior, tem melhores performances e menores consumos e emissões que a já existente 1.6 e-HDi de 115cv com caixa manual pilotada.

O novo propulsor revela-se perfeitamente adequado para deslocar os cerca de 1500kg deste veículo com 4,53m de comprimento, 1,87m de largura e 1,51m de altura (25cm mais curto que o Citroën C5). Com este motor, associado à caixa manual de seis velocidades (bem escalonada e de fácil manuseio), o DS5 assume-se como um estradista por excelência, silencioso, com uma suspensão confortável e suavidade de condução, para o que também contribui a facilidade de qualquer pessoa encontrar a sua posição ideal atrás do volante.

O conforto só não é total pela localização de alguns comandos, como os do tecto panorâmico tripartido ou do sistema de infoentretenimento e navegação, que não facilita o seu accionamento enquanto se conduz. Também a divisão do óculo traseiro pelo spoiler dificulta a visão para trás (compensada parcialmente pelos retrovisores laterais).

Mas estes contras não impedem que o DS5 transmita uma sensação de força tranquila: há veículos que quase obrigam a uma condução dinâmica e desportiva, enquanto esta luxuosa berlina apela à calma e tranquilidade. Em auto-estrada, a deslizar com suavidade dentro dos limites de velocidade, é fácil fazer médias de consumo na casa dos 5,0 l/km. Numa condução mista de cidade, estrada e auto-estrada, obtivemos uma média de 5,9 l/100km.

Mesmo no nível de entrada, Chic, ressalta a qualidade dos materiais empregues e o cuidado nos acabamentos, com uma atenção aos pormenores característicos de veículos premium. A única diferença entre um DS e veículos de marcas de prestígio joga a favor do carro francês: o preço anunciado do DS é real e não é engordado por equipamento opcional que deveria ser de série, estratagema de que as marcas premium se servem para inflacionar o custo dos seus carros.

O automóvel que a Fugas conduziu trazia o nível intermédio de equipamento So Chic, bastante completo, e com apenas duas opções: um muito recomendável pacote que, por 1240€, oferece sistema de navegação, ajuda ao estacionamento traseiro e frontal com câmara de marcha-atrás, retrovisores rebatíveis electricamente e um estiloso relógio analógico no tablier; e a pintura metalizada (570€). Faróis com LED, volante e alavanca de velocidades em cabedal, sensores de chuva e de luminosidade, ar condicionado automático bizona, rádio/CD com conexões USB, MP3 e Bluetooth, tecto panorâmico, jantes em liga leve de 16’’, arranque sem chave, ajuda ao estacionamento traseiro, travão de estacionamento eléctrico, estofos em tecido e cabedal ou detector de pneu vazio fazem parte do equipamento de série, cujo único ponto negativo é incluir um pouco recomendável kit de “reparação” de pneus em vez de um pneu ou roda suplente de emergência. Isto é, pelo preço anunciado, tem-se um veículo “chaves na mão” sem custos escondidos.

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