O Opel Adam S não é um carro para velhos — velhos de idade ou, mais relevante, velhos de espírito. Para quem quiser um veículo para uma condução pacata e económica, tranquilos passeios domingueiros, este minidesportivo não é opção. A versão mais potente e desportiva do citadino premium da Opel é um pequeno diabrete, com um visual que atrai os olhares e um motor 1.4 a gasolina sobrealimentado que debita 150cv. Muito mais que ao lado prático e funcional, o Adam S apela ao prazer de condução.
Há veículos de que só começamos a gostar depois de sentados atrás do volante. Outros são paixão às primeiras impressões e depois o romance esfria. Mas a versão desportiva do citadino da Opel não só agrada ao olhar como cumpre com o que o seu design promete. O look exterior desportivo do carro que nos disponibilizaram, cinzento com tejadilho e capa dos retrovisores em vermelho Red ‘n’ Roll (uma cor exclusiva do Adam S), spoiler traseiro e jantes de 17’’, tinha sequência no interior, com o volante em pele vermelho e preto, alavanca das velocidades e travão de mão forrados a pele vermelha, aplicações em pele preta nas portas com pespontos a vermelho, envolventes bancos desportivos Recaro, em pele e tecido, pedais em metal perfurado.
São, porém, vários os exemplos de veículos cujas prestações não correspondem ao seu visual — ladram mas não mordem. Não é o caso do Adam S: este pequeno diabrete, se provocado, morde e morde bem. O motor a gasolina 1.4 turbo de 150cv, acoplado a uma caixa manual de seis velocidades bem escalonada, de fácil manejo e relações curtas, faz com o que o carro nunca perca potência ou velocidade mesmo em subidas mais íngremes — é sempre a abrir! A suspensão e a direcção têm afinações específicas, os travões são os da anterior geração do Corsa OPC, com discos ventilados de 308mm à frente e sólidos de 264mm atrás, o controlo electrónico de estabilidade (desligável), ESP Plus, também é especial.
É fácil para qualquer um encontrar uma boa posição de condução, com banco e volante reguláveis em altura e profundidade e o pendura também vai bem sentado numa confortável e desportiva bacquet Recaro. Já atrás, o espaço para os dois passageiros é mais apertado, bem como a capacidade da mala, com 170 litros (663 litros com os bancos traseiros rebatidos) não é famosa. Mas quem compra um Adam sabe ao que vai – se quiser mais espaço, compre um familiar.
O veículo que conduzimos não tinha sensores de estacionamento traseiros, uma opção que custa 320€ e é muito recomendável: o carrinho é pequeno e a visibilidade é boa, mas há pequenos obstáculos de que por vezes não nos apercebemos e o investimento nos sensores compensa um eventual gasto na reparação do pára-choques traseiro. Outra opção que se aconselha é uma roda sobresselente de dimensão reduzida (60€) em vez do questionável kit de “reparação” de pneus que vem de série. À excepção destes “pecadilhos”, o Adam S até vem bem equipado de série e os opcionais do veículo que conduzimos, que lhe aumentavam o preço em 1170€, eram perfeitamente dispensáveis.