Fugas - Motores

Um carro para puristas

Por João Palma

Para os puristas, um roadster é um veículo de dois lugares, descapotável com capota de lona e motor a gasolina. O Audi TT Roadster cumpre essas premissas, mas para os menos ortodoxos ainda oferece uma poupada versão a gasóleo.

Depois do lançamento da terceira geração do Audi TT coupé chega agora ao mercado português a versão descapotável deste desportivo premium de 2 lugares – o Audi TT Roadster. São duas as motorizações disponíveis: 2.0 TFSI a gasolina com 230cv e 2.0 TDI a gasóleo com 184cv. Há ainda uma variante mais desportiva, o Audi TTS Roadster, com o mesmo bloco de 1984cc a gasolina, mas com 310cv. Os preços começam nos 50.520€ do 2.0 TFSI a gasolina com tracção dianteira e caixa manual de 6 velocidades.

O TTS Roadster, com a variante mais potente do bloco 2.0 a gasolina, traz tracção integral quattro. Por mais 2250€, tanto o 2.0 de 230cv como o 2.0 de 310cv podem vir acoplados à caixa automática de variação contínua S tronic, com 6 relações.

Por 3000€ adicionais, o 2.0 TFSI S tronic pode ter tracção integral quattro (no total, 55.770€). Ambas as variantes do bloco 2.0 a gasolina têm consumos e emissões reduzidos face às performances que proporcionam: velocidade máxima limitada electronicamente a 250km/h; e um binário de 370 Nm às 1600-4300 rpm no caso do de 230cv e de 380 Nm às 1800-5700 rpm na versão de 310cv – isto é, com força disponível quase desde o arranque. O destaque, porém, vai para o motor diesel 2.0 TDI de 184cv, que, com um binário de 380 Nm logo às 1750-3250 rpm e velocidade máxima de 237 km/h, anuncia médias de 4,5 l/100km de consumos e 114 g/km de emissões de CO2 – valores ao nível de um utilitário e uma referência no segmento em que o Audi TT Roadster se insere.

Para estas performances e consumos contribuem, para além da eficiência dos motores, as linhas aerodinâmicas e o reduzido peso deste desportivo compacto: 1320kg da versão 2.0 TFSI de 230cv com tracção dianteira e caixa manual.

Tal como o coupé, o Roadster, que mede 4177mm de comprimento, 1832mm de largura, 1355mm de altura e tem 2505mm de distância entre eixos, tem por base a conhecida plataforma modular MQB do grupo Volkswagen (estreada no Golf). A construção da carroçaria obedece a uma evolução do Audi Space Frame, que se traduz na utilização de materiais leves e de elevada resistência, sendo mais leve que a anterior geração. A rigidez torsional foi aumentada em 23% e a distância ao solo reduzida face ao TT Roadster de segunda geração, com as consequentes melhorias na estabilidade e no desempenho. A capota de lona, também mais leve e com melhor isolamento acústico e térmico, pode ser levantada ou baixada em apenas 10s a velocidades até 50 km/h.

Referência, no equipamento de série, para a introdução no TT do Audi Virtual Cockpit (painel de instrumentos digital que oferece todas as informações no campo visual do condutor) e dos faróis de xénon com luzes de dia em LED (em opção, faróis em LED ou o sofisticado sistema Matrix LED estreado no A8), ainda para o deflector de vento ajustável electricamente, para o Audi Drive Select (selector dos modos de condução), ou para o aileron que se levanta automaticamente a partir dos 120 km/h.

Tudo isto, porém, são argumentos racionais para tentar analisar um carro que é pura emoção: quem o adquire é uma pessoa singular ou um casal sem filhos que se deixa conquistar pela estética exterior – um visual agressivo e dinâmico mas também clássico graças à capota de lona. Que considera que um descapotável de capota rígida ou de 4 lugares não é um verdadeiro roadster e gosta de descapotáveis desportivos compactos e potentes, que tanto se podem conduzir nos limites em percursos de curva e contracurva, como, com a capota em baixo, proporcionar passeios descontraídos mesmo a temperaturas baixas (desde que não chova), graças ao efeito de “casulo térmico” do habitáculo. E que também aprecia a possibilidade de construir um descapotável a seu gosto, tendo por base o equipamento de série e uma extensa lista de opcionais. 

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