Fugas - Motores

Opel Karl, filho de Adam

Por João Palma

Karl, um dos cinco filhos de Adam, o fundador da Opel, foi quem transformou a fábrica de bicicletas original numa de automóveis. Por isso, foi o escolhido para dar o nome ao novo veículo de entrada de gama do fabricante alemão.

Apresentado no último Salão de Genebra, o Opel Karl é um económico citadino de cinco portas e cinco lugares que vem preencher um espaço vago no portefólio da marca alemã do grupo General Motors, desde que o Opel Agila foi descontinuado. Ao contrário do Adam, um modelo premium do segmento A, o Karl é um veículo que aposta na funcionalidade e que em alguns mercados custa menos que 10.000€. Em Portugal, o Karl estará disponível em Julho com um único nível de equipamento e um motor 1.0 de 75cv por 11.850€.

Questionado sobre a razão por que em alguns mercados o Opel Karl tem um preço inferior a 10.000€ e em Portugal custa quase 12.000€, o director-geral da General Motors Portugal, João Falcão das Neves, defende que se trata “de uma questão de honestidade”. “Seria muito fácil apresentar preços inferiores a 10.000€, mas isso seria enganar os potenciais clientes que se deparariam com um carro completamente despido de equipamento e acabariam sempre por optar por um Karl mais equipado.”

“Por isso”, acrescentou, “preferimos oferecer um carro bem equipado. Uma oferta simples: um único nível de equipamento, com alguns pacotes opcionais, e um único motor, novo, que é uma variante atmosférica do 1.0 tricilíndrico a gasolina com 75cv”.

Com efeito, o equipamento de série já inclui ar condicionado, fecho centralizado com comando à distância, retrovisores eléctricos, computador de bordo, programador de velocidade com limitador, rádio com Bluetooth e entrada USB, assistência ao arranque em subida, monitorização da pressão de pneus, vidros eléctricos à frente (manuais atrás), airbags frontais, laterais e de cortina, etc. 

No lançamento, é ainda oferecido o Pack Style, no valor de 450€, que inclui jantes de liga leve de 15’’, faróis de nevoeiro e alerta de saída de faixa. Numa lista de equipamento de série bastante completa para este tipo de veículo — um modelo de entrada de gama —, apenas uma lacuna: sendo um citadino, seriam bem-vindos uns simples sensores acústicos de estacionamento traseiro, disponíveis, sim, mas em opção por 300€.

A filosofia subjacente ao Karl é totalmente oposta à do Adam, o outro veículo da Opel do segmento A: enquanto o Adam, um modelo premium, aposta na sofisticação e na personalização, o Karl é um carro prático, funcional e acessível — um meio de transporte na verdadeira acepção da palavra. 

Com 3675mm de comprimento, o Karl é 23mm mais curto que o Adam. Porém, o bom aproveitamento do espaço interior faz com que tenha cinco lugares, mais um que o seu irmão rico e algo que começa a escassear entre o segmento dos citadinos. É mesmo dos mais espaçosos entre veículos de dimensões similares, com um bom ângulo de abertura das portas, permitindo um acesso fácil. A capacidade da mala, 215 litros, está longe de ser uma referência, embora tenha mais 45 litros que a do Adam. Sendo um veículo pensado para ser acessível, não espanta que sejam usados plásticos duros no seu interior, embora os acabamentos não pareçam suscitar reparos.

Com linhas simples mas elegantes com o ADN da Opel, o Karl estreia a nova plataforma global da General Motors e também uma variante atmosférica do bloco tricilíndrico de 999cc da nova geração de motores da GM, com 75cv, acoplado a uma caixa manual de cinco velocidades, com um consumo médio oficial, 4,3 l/100km, bastante reduzido. 

Sendo um citadino, com um diâmetro de viragem de 9,9m entre paredes e 9,5m entre passeios, dispõe de um modo de condução City, que torna a direcção mais leve em manobras, em particular as de estacionamento.

O único nível de equipamento já é bastante satisfatório, mas para quem deseje mais, terá em opção, entre outras coisas, iluminação em curva (integrada nos faróis de nevoeiro), climatizador, assistência ao estacionamento, sistema de infoentretenimento IntelliLink, o novo sistema de conectividade Opel OnStar (só no início de 2016) e tecto de abrir eléctrico.

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