Fugas - Motores

A carrinha premium renasceu mais forte e requintada.

Por João Palma

Para os mais distraídos, o 'restyling' do Mazda6 poderá passar despercebido. Mas há muito mais que uma operação de maquilhagem nesta nova leva de 2015.

No fim de 2012, o construtor de Hiroshima levantou o véu sobre o seu modelo do segmento D que acabaria por ser bem acolhido pelo mercado no início do ano seguinte. Para tal contribuiu a aposta no design e a introdução do programa Skyactiv — de optimização de motores, caixas de velocidades, chassis e carroçarias — ainda a dar os primeiros passos.

Três anos depois, a Mazda mostra que não estagnou e revela capacidade para transformar um bom sistema noutro ainda melhor, apresentando aperfeiçoamentos no sistema de suspenções, no desenvolvimento do chassis e carroçaria, assim como nas transmissões. Além disso, aproveita este restyling para trazer para Portugal a versão que no lançamento da 3.ª geração ficou de fora: o 2.2 diesel de 175cv que, no caso da carrinha mais equipada, como a que ensaiámos, se apresenta com uma nova geração do sistema de tracção integral da Mazda.

A transmissão integral conta com um sistema de aviso e detecção de perda de aderência. Para isso, recorre a 27 sensores que, afiança a marca, “monitorizam de modo contínuo as condições da estrada e as intenções dos condutores, aplicando potência de imediato às rodas apropriadas, mesmo em situações de contínua alteração dessas condições”. Ou seja, assim que o sistema detecta perda de aderência nas rodas dianteira aplica tracção às traseiras. Mas fá-lo gradualmente, evitando dessa forma a “patinagem das rodas e o excesso de tracção nas rodas traseiras, reduzindo, assim, os consumos e as emissões”.

Ao nível das suspensões, a Mazda anuncia optimização das mesmas, contando com uma nova estrutura para os amortecedores, tanto à frente como atrás. Tudo junto, a condução tornou-se mais suave e foi conseguido um menor nível de ruído. Tal é ainda mais notório devido ao trabalho efectuado ao nível da insonorização do habitáculo, um objectivo cumprido recorrendo a materiais isolantes (os novos tapetes são um dos pequenos trunfos contra o ruído), às selagens mais eficientes das portas e à redução do espaçamento entre os forros das portas e os painéis. O conjunto de soluções permitiu diminuir o ruído percebido em 1,2 dB.

Mas não é necessário perceber de mecânica para compreender o quão diferente está o renovado Mazda6. Aliás, este restyling até poderia enganar os mais distraídos. Mas basta um olhar mais atento para ver que há transformações profundas. Quer no exterior, com destaque para a redesenhada grelha tridimensional, como no interior em que todo o tablier foi alvo de um salto em direcção ao futuro.

Do lado de fora e nível de equipamento superior, Excellence, que ensaiámos, além da diferente grelha, a iluminação é adaptativa com ópticas em LED – com um pormenor cromado a delinear uma espécie de sobrancelha aos faróis de nevoeiro. Na traseira, os farolins também estão equipados com LED e as jantes de 19 polegadas conferem-lhe uma dinâmica mais desportiva.

Mas é no interior que as novidades mais se destacam. Todo o tablier foi repensado e, depois de apreciar a diferença, quando se volta a entrar num modelo de 2013 mais parece que retrocedemos no tempo: tudo no carro anterior parece ultrapassado. Já na versão de 2015, além de ser visível uma melhoria nos materiais usados e nos acabamentos, o desenho de todo o tablier, saídas de ar incluídas, tornou-se mais leve, simples, permitindo ainda uma arrumação que permite uma utilização mais fácil do sistema de info-entretenimento.

No capítulo das inovações tecnológicas há muitas novidades, incluindo um sistema de head-up display, projectado numa pequena lâmina em vidro, que permite que o condutor interiorize as informações mais relevantes, tais como velocidade ou navegação, sem tirar os olhos da estrada. Ainda entre a conectividade, destaque para a inclusão do sistema de infoentretenimento MZD Connect, com ecrã táctil de 7’’ e que pode ser controlado através dos botões localizados na consola. Esta beneficiou de um bomupgrade, tanto estético como de espaço, tirando partido da troca do travão de mão manual pelo botãozinho do travão eléctrico.

Entre as ajudas à condução, a Mazda não se poupou a esforços para equipar o seu veículo premium do segmento D. Entre outras valências, oferece auxílio ao arranque em subida, aviso de ângulo morto, assistente de detecção da fadiga do condutor, auxílio à manutenção na faixa de rodagem, sistemas de navegação, câmara e sensores de estacionamento. E atenção ao bónus: o Smart City Brake Support, de prevenção de colisão, agora funciona tanto para a frente como para trás (neste caso a velocidades de dois a oito km/h).

Ficha técnica*

Motor: 2191cc, 4 cil., 16 válv. 
Potência: 175cv às 4500 rpm
Binário: 420 Nm às 2000 rpm
Transmissão: Automática, 6 velocidades
Veloc. máxima: 209 km/h
Aceleração 0 a 100 km/h: 9,1s
Consumo médio: 5,4 l/100km
Combustível: Gasóleo
Emissões de CO2: 143 g/km
Norma de emissões: Euro 6
Preço: 49.504,50€

* Dados do fabricante

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