Fugas - Motores

A forte aposta da Honda num segmento competitivo

Por João Palma

A oferta dos SUV médios é bastante qualificada, sendo o Nissan Qashqai a principal referência desse segmento C. É nesta arena que a Honda apresenta o seu gladiador, o HR-V, que, depois de já estar à venda há ano e meio nos EUA e no Japão, chega à Europa em Setembro.

Nissan Qashqai, Mitsubishi ASX, Opel Mokka, Mazda CX-3. Embora provenientes de segmentos distintos e destinados a públicos diferentes, é a estes veículos que o Honda HR-V pretende apresentar-se como uma alternativa a partir de 26 de Setembro, tirando partido de um posicionamento intermédio. Para isso, o SUV compacto da casa de Tóquio, apresenta-se bem armado e respaldado por uma experiência de 18 meses de comercialização nos EUA e no Japão. Com três níveis de equipamento - Comfort, Elegance e Executive - e dois motores, 1.6 diesel de 120cv e um novo 1.5 a gasolina de 130cv, os preços iniciam-se nos 23.000€.

O mercado dos SUV está em franca expansão, em especial em Portugal, e é nesta aguerrida arena que a Honda (re)lança o HR-V (Vezel no Japão), um crossover que conheceu o sucesso, com 5100 unidades vendidas entre 1998 e 2006. O novo HR-V, que paga classe 1 nas portagens, tem formato de coupé, mas isso não impede que tenha bom espaço interior. Com 4294mm de comprimento, 2019mm de largura, 1605mm de altura e 2610mm de distância entre eixos, o veículo japonês fabricado no México para a América do Norte e a Europa insere-se no subsegmento C, o dos SUV médios, partilhando a plataforma com os Civic e Jazz. Ainda assim, tem trejeitos que lhe permitem piscar o olho aos pequenos SUV.

No que se refere a motorizações, a oferta é simples: dois blocos, com boas performances, consumos e emissões reduzidos, cumprindo a norma de emissões Euro 6. O propulsor a gasolina com 130cv é novo; o a gasóleo com 120cv já tem provas dadas no Civic e no CR-V.

As versões a gasolina são 3000€ mais baratas que as a gasóleo, mas, além das contas que se devem sempre fazer em relação à amortização do custo inicial, sublinhe-se que o motor a gasóleo, com um binário máximo de 300 Nm às 2000rpm face aos 155 Nm às 4600rpm do propulsor a gasolina, tem mais força no arranque. E mesmo nas recuperações e ultrapassagens a reacção é melhor.

Por isso, e também face às especificidades do mercado português, a Honda Portugal prevê que as vendas se concentrem no diesel. 

Ambas as motorizações têm transmissões manuais de seis velocidades: a do gasolina provém do Civic, a do diesel é uma adaptação da do Accord que se vende nos EUA. Por mais 1300€, está ainda disponível para o HR-V a gasolina uma caixa CVT, de variação contínua, que foi adaptada para o mercado europeu, com um sistema que simula sete velocidades (possibilidade de accionamento manual por patilhas no volante) e programas para melhor resposta em situações particulares de condução: o EDDB (Redução Antecipada Durante a Travagem), útil em descidas e em curva, com recurso ao motor para ajudar a travagem; a função Fast Off (Desaceleração Rápida) que mantém a rotação alta do motor nas situações em que o condutor larga o pedal do acelerador de repente, para fornecer maior efeito de travagem com o motor e preparação para ultrapassagens; ou o AutoBrake Hold (Manutenção Automática da Travagem) que mantém o carro travado mesmo em subidas muito íngremes, evitando que descaia, libertando-o quando se carrega no acelerador mas segurando-o logo que se levante o pé.

No habitáculo, os cinco ocupantes sentam-se à vontade e o facto de o depósito de combustível estar sob os bancos dianteiros liberta espaço adicional. Além disso, o HR-V dispõe do Magic Seat System da Honda: os assentos dos bancos da segunda fila levantam-se (como os das cadeiras de cinema), possibilitando o transporte de volumes com até 1240mm de altura (plantas, etc.). A mala, com 470 litros (1533 litros com os bancos traseiros rebatidos) é uma referência no segmento. O encosto do banco do pendura pode ser rebatido para acomodar volumes com até 2445mm de comprimento.

O Honda HR-V terá três níveis de equipamento: Comfort, Elegance e Executive. O nível de entrada já vem bem recheado, com climatizador, CTBA (travagem de emergência activa em cidade), assistência ao arranque em subida, Start/Stop, sensor de luz, ecrã multifunções de 5’’, rádio/CD, conexão Bluetooth. O Elegance (mais 1700€) acrescenta ADAS (cruise control adaptativo, reconhecimento dos sinais de trânsito, comutação automática de máximos, auxílio à manutenção na faixa de rodagem e travagem atenuante de colisões), alarme, volante em pele, sensores de chuva e estacionamento, espelhos rebatíveis electricamente, faróis de nevoeiro e sistema multimédia Honda Connect com ecrã táctil de 7’’. O Executive (mais 3100€) inclui arranque sem chave, estofos parcialmente em pele, câmara de estacionamento, sistema de navegação, vidros escurecidos, tecto panorâmico, barras de tejadilho, faróis LED e jantes de 17’’.

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