Desenhado e concebido em Rüsselsheim, Alemanha, e fabricado em Izmit, Turquia, o Hyundai i20 vai ao encontro dos gostos e necessidades dos condutores europeus. Com motores económicos e eficientes, este utilitário, que de coreano só tem o nome, vem bem equipado. Aliás, com cinco níveis de equipamento, quem o adquire pode optar por um carro mais ou menos “artilhado”. Conduzimos a versão do i20 a gasolina com potência e nível de equipamento intermédios, 1.2 Comfort 84cv, cujo preço-base é 15.200€.
Com o mesmo nível de equipamento, Comfort, o Hyundai i20 1.1 CRDi a gasóleo com 75cv custa mais 3250€. Apesar de ter menos potência nominal, o i20 a gasóleo tem mais força no arranque e é mais despachado nas recuperações e ultrapassagens graças ao binário superior, 180 Nm às 1750-2500 rpm. Nos consumos oficiais, com 3,8 l/100km, é mais poupado em 1,0 l/100km. O valor residual dos veículos a gasóleo também é superior ao dos carros a gasolina. Do outro lado da balança, há que fazer 80.000km/90.000km para que a diferença de preço diesel/gasolina se esbata. As revisões dos carros a gasóleo também são mais dispendiosas. Por isso, há que fazer bem as contas e considerar as necessidades de cada um.
A terceira geração do utilitário “coreano” — assim, entre aspas, porque é fabricado no e para o mercado europeu —, com o motor 1.2 a gasolina de 84cv não terá a vivacidade do seu irmão a gasóleo, sendo a resposta mais lenta, mas não deixa de ter um comportamento satisfatório tanto na cidade como em estrada. A suavidade de condução é privilegiada, mas quando é preciso o carro reage ao pisar do acelerador ou do travão e a caixa manual de cinco velocidades é também suave e fácil de manejar quando tal se torna necessário.
É fácil encontrar uma boa posição de condução com a regulação em altura e profundidade de bancos e volante. O motor não é muito ruidoso — aliás, em ponto morto, é tão silencioso como um carro eléctrico. Num percurso misto de 700km, com todas as condições possíveis de trânsito — estrada, montanha, auto-estrada, cidade com engarrafamentos —, fizemos uma muito aceitável média real de 6,1 l/100km. Isto apesar de o i20 não dispor de sistema de Start/Stop de paragem e arranque automáticos do motor.
Assente numa nova plataforma e com a suspensão revista para proporcionar maior conforto, a terceira geração do Hyundai i20 cresceu face à anterior, com 4035mm de comprimento, 1734mm de largura e 1474mm de altura. A distância entre eixos foi aumentada em 45mm, sendo agora 2570mm, com reflexo na habitabilidade e capacidade da bagageira, tornando-o uma das referências no seu segmento.
Visto por fora, o Hyundai i20 tem um visual sóbrio e elegante — é um carro de estilo europeu. A impressão mantém-se no interior, com um design funcional e ergonómico, e os materiais utilizados são macios ao tacto. A instrumentação é simples e de fácil leitura e accionamento, com reduzido número de botões. O único ponto menos positivo é o sintonizador do rádio, que tem dificuldade em captar as estações e está sempre a “saltitar” entre frequências.
O habitáculo, que já era espaçoso no i20 de 2012, tornou-se ainda mais amplo, podendo acolher com relativa comodidade cinco pessoas. A mala, de fundo duplo, tem 301 litros de capacidade, que, com a segunda fila de bancos rebatidos formando um fundo plano, aumenta para 1017 litros. Sob o fundo da mala, outro factor positivo, encontra-se uma roda sobresselente de emergência.
Mesmo no nível de equipamento de entrada, Classic, o i20 já dispõe do essencial, mas o carro que conduzimos vinha com o nível intermédio Comfort (há ainda os níveis Panorama e LED), que deverá ser o que recolherá as preferências de quem adquire um i20. Com o Comfort, este utilitário traz de série cruise control, alarme, ar condicionado, rádio, computador de bordo, comandos no volante, conexão Bluetooth, entradas Aux-In + USB, aviso de travagem de emergência, faróis de nevoeiro, auxílio ao arranque em subida, sensores de estacionamento traseiro, assistente de manutenção na faixa de rodagem, monitorização da pressão dos pneus, etc.
Para além disto, o veículo que nos disponibilizaram trazia mais algum equipamento opcional: pintura metalizada (320€) e o pack de Luxo (jantes de liga leve de 16’’, luzes de dia e de presença em LED, iluminação em curva, ópticas de dupla projecção, 1100€). E quem desejar tem mais pacotes opcionais de equipamento, que incluem câmara de visão traseira, sensores de luz e de chuva, sistema de navegação, climatizador, etc.
FICHA TÉCNICA*
Motor: 1248cc, 4 cil., 16 válv.
Potência: 84cv às 6000 rpm
Binário: 122 Nm às 4000 rpm
Transmissão: Manual, 5 velocidades
Veloc. máxima: 170 km/h
Aceleração 0 a 100 km/h: 13,1s
Consumo médio: 5,1 l/100km
Combustível: Gasolina
Emissões de CO2: 119 g/km
Norma de emissões: Euro 6
Preço: 15.200€ (veículo ensaiado, 16.620€)