Fugas - Motores

Patrícia Martins

Um europeu de ascendência coreana

Por João Palma

Já tínhamos conduzido a versão a gasóleo da nova geração do utilitário da Hyundai. Agora experimentámos o i20 com a variante de 84cv do bloco 1.2 a gasolina e nível intermédio de equipamento e a impressão mantém-se positiva.

Desenhado e concebido em Rüsselsheim, Alemanha, e fabricado em Izmit, Turquia, o Hyundai i20 vai ao encontro dos gostos e necessidades dos condutores europeus. Com motores económicos e eficientes, este utilitário, que de coreano só tem o nome, vem bem equipado. Aliás, com cinco níveis de equipamento, quem o adquire pode optar por um carro mais ou menos “artilhado”. Conduzimos a versão do i20 a gasolina com potência e nível de equipamento intermédios, 1.2 Comfort 84cv, cujo preço-base é 15.200€.

Com o mesmo nível de equipamento, Comfort, o Hyundai i20 1.1 CRDi a gasóleo com 75cv custa mais 3250€. Apesar de ter menos potência nominal, o i20 a gasóleo tem mais força no arranque e é mais despachado nas recuperações e ultrapassagens graças ao binário superior, 180 Nm às 1750-2500 rpm. Nos consumos oficiais, com 3,8 l/100km, é mais poupado em 1,0 l/100km. O valor residual dos veículos a gasóleo também é superior ao dos carros a gasolina. Do outro lado da balança, há que fazer 80.000km/90.000km para que a diferença de preço diesel/gasolina se esbata. As revisões dos carros a gasóleo também são mais dispendiosas. Por isso, há que fazer bem as contas e considerar as necessidades de cada um.

A terceira geração do utilitário “coreano” — assim, entre aspas, porque é fabricado no e para o mercado europeu —, com o motor 1.2 a gasolina de 84cv não terá a vivacidade do seu irmão a gasóleo, sendo a resposta mais lenta, mas não deixa de ter um comportamento satisfatório tanto na cidade como em estrada. A suavidade de condução é privilegiada, mas quando é preciso o carro reage ao pisar do acelerador ou do travão e a caixa manual de cinco velocidades é também suave e fácil de manejar quando tal se torna necessário.

É fácil encontrar uma boa posição de condução com a regulação em altura e profundidade de bancos e volante. O motor não é muito ruidoso — aliás, em ponto morto, é tão silencioso como um carro eléctrico. Num percurso misto de 700km, com todas as condições possíveis de trânsito — estrada, montanha, auto-estrada, cidade com engarrafamentos —, fizemos uma muito aceitável média real de 6,1 l/100km. Isto apesar de o i20 não dispor de sistema de Start/Stop de paragem e arranque automáticos do motor.

Assente numa nova plataforma e com a suspensão revista para proporcionar maior conforto, a terceira geração do Hyundai i20 cresceu face à anterior, com 4035mm de comprimento, 1734mm de largura e 1474mm de altura. A distância entre eixos foi aumentada em 45mm, sendo agora 2570mm, com reflexo na habitabilidade e capacidade da bagageira, tornando-o uma das referências no seu segmento.

Visto por fora, o Hyundai i20 tem um visual sóbrio e elegante — é um carro de estilo europeu. A impressão mantém-se no interior, com um design funcional e ergonómico, e os materiais utilizados são macios ao tacto. A instrumentação é simples e de fácil leitura e accionamento, com reduzido número de botões. O único ponto menos positivo é o sintonizador do rádio, que tem dificuldade em captar as estações e está sempre a “saltitar” entre frequências.

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