Muito, muito de vez em quando, fruto do acaso, até nos podíamos cruzar com um Mustang nas estradas. Mas era algo muito incomum, uma vez que o modelo icónico da Ford limitava, até este ano, as suas vendas ao seu mercado doméstico, os Estados Unidos, com alguns exemplares a chegarem a outros destinos graças a uma importação em nome próprio. Com a nova geração, a sexta, o caso muda de figura: o Mustang adaptou-se e surge preparado para conquistar mercados mundo fora, Europa incluída.
Um bom exemplo disso é a estreia do volante à direita que o predispõe a ser uma alternativa em países como Reino Unido, África do Sul, Austrália, Nova Zelândia ou Japão. Para o mercado europeu de circulação à esquerda, em que se inclui Portugal, o Mustang apresenta-se não só com as características de segurança exigidas como com os níveis de emissões de partículas em linha com a norma Euro 6. Além disso, regressa aos blocos de quatro cilindros, omissos desde a 3.ª geração, bem mais apetecíveis pelos consumos anunciados.
O que se verifica é que esta 6.ª geração já foi pensada a apontar para uma globalização: foram introduzidas mudanças ao nível do chassis, mais rígido, e integrado um sistema de suspensão independente (à frente, tipo McPherson; atrás, com paralelograma deformável e barra estabilizadora). Conjuntamente, o uso de materiais mais leves ajudou a aumentar o equilíbrio e a aceleração, garantindo forças G de 0,97 em curva. A optimização do seu desempenho continua com a inclusão de patilhas de velocidade no volante no modelo com transmissão automática.
Uma curiosidade: com o bloco 5.0 a versão com caixa automática custa menos cerca de 500€ que a com caixa manual, tirando partido de uma política fiscal assente nas emissões de CO2 que conseguem ser mais reduzidas com a primeira opção.
Ainda no capítulo da performance, o Ford Mustang, com motor dianteiro e tracção traseira, apresenta-se com diferentes modos de condução seleccionáveis: Normal, Sport+, Track e Snow/Wet. Estes são controlados através de interruptores situados na consola central e ajustam o Controlo Electrónico de Estabilidade (AdvanceTrac), a resposta do acelerador, as passagens da caixa automática de velocidades e a resposta da direcção.
Além do desempenho, a Ford dotou o seu Mustang com características específicas de conforto e segurança para o mercado europeu. Assim, de série, chega equipado com a mais recente geração do sistema de infoentretenimento da marca, o SYNC 2, com comandos de voz melhorados, sistema mãos livres, leitor de mensagens e controlo de climatização. O sistema pode ser gerido num ecrã táctil de 8’’. Na lista dos sistemas segurança, foram incluídos alarme, seis airbags, em que se contam os de joelhos para condutor e navegador, e pontos Isofix. Para a Europa há um pack próprio, por 2745€: jantes de liga leve de 19”, sistema de navegação, sensores de estacionamento atrás, sistema áudio com 12 altifalantes e painel de instrumentos exclusivo.
Em Portugal, estão disponíveis duas motorizações: uma V8 de 5.0 litros e 421cv que, com um binário máximo de 530 Nm, apresenta um tempo de 4,8 segundos na aceleração dos 0 aos 100 km/h; outra, mais “terrena”, de quatro cilindros em linha e 2.3 litros, com 317cv e um torque de 432 Nm — dos 0 aos 100 km/h, este bloco demora também uns entusiasmantes 5,8 segundos. Ambos os blocos podem ser adquiridos com duas diferentes carroçarias — Fastback (coupé) e Convertible (descapotável) — e ser acoplados tanto a uma caixa manual como a uma automática, ambas de seis relações. Os preços iniciam-se nos 46.750€ para o 2.3 Fastback e nos 87.638€ para o GT 5.0 Fastback com caixa automática.