Fugas - Motores

Crossovers: Nissan continuam a querer conquistar todos os gostos

Por António Xavier

O grande responsável pela forte afirmação e sucesso dos SUV compactos é, sem dúvida, o Qashqai. E a Nissan quer que esta sua galinha dos ovos de ouro passe a receita a outros conceitos de SUV: X-Trail e Juke.

Desde o seu lançamento, em Fevereiro de 2007, o êxito do Qashqai foi entusiasticamente digerido, abrindo novos apetites à Nissan, que começou a diversificar a oferta crossover dirigida a diversos temperamentos do mercado. O efeito Qashqai foi tão surpreendente que, em cerca de dez meses, o modelo conseguiu vender perto de cem mil unidades na Europa.

A abertura do Nissan Qashqai a famílias mais numerosas originou o Qashqai +2. Até que, no ano passado, este saiu de cena para dar lugar a um X-Trail que, numa nova geração, se armou para recuperar os amantes do modelo ao mesmo tempo que pisca o olho, com os sete lugares, novo design e tecnologias de vanguarda, às famílias.

E se o Qashqai é a base do sucesso, e o X-Trail uma derivação familiar, foi com o Juke que a Nissan encontrou a fórmula adequada para sensibilizar espíritos mais arrojados e radicais, através de um pequeno SUV que seduz, desde o seu lançamento em 2010: em Portugal, por exemplo, nos primeiros três anos, venderam-se cinco mil unidades.

Mas, afinal, que novidades saem desta folia de crossovers, exibida em plenos Alpes franceses, numa fusão de estilos que conseguiram conduzir a Nissan ao desafogo? A verdadeira inovação foi a inclusão de um novo motor a gasolina de 1.6 litros com 163 cavalos  — mas este não será comercializado em Portugal com nenhum dos crossovers da Nissan. Para o Qashqai, a aposta continua a recair no competitivo gasolina 1.2 DIG-T, com 115 cavalos e nos essenciais diesel dCi de 1.5 (110 cv) e 1.6 litros (130 cv), enquanto o X-Trail reafirma a sua opção pelo mais musculado diesel 1.6 dCi, com tracção 4x2 ou 4x4, mas sempre com a oferta de sete lugares.

Com elevado grau de personalização, incluindo agora o nível de equipamento N-Connecta, que se instala entre as versões Acenta e Tekna, o Juke alarga também a oferta de motores, com quatro propulsores a gasolina, de potências entre os 94 e os 218 cavalos, sendo precisamente o mais potente a equipar o Juke Nismo RS, uma coqueluche desportiva repleta de dinâmica. Quanto à opção diesel, o Juke continua a ser fiel ao eficiente 1.5 dCi, de 110 cavalos.

Pura exclusividade

A Nissan decidiu tornar o Juke num laboratório de performances. Privilegiando a componente desportiva sem limites, a marca desenvolveu, em 2012, o primeiro protótipo com 545 cavalos, um supercarro de corrida que se transformou num verdadeiro desafio a emoções sem fim.

Agora, a Nissan concebeu uma jóia ainda mais rara, ao dotar o Juke R 2.0 com o motor de dois turbos V6, de 3.8 litros, proveniente do GT-R Nismo, que oferece tracção integral, debita 653 Nm de binário e garante 600 cavalos de potência. Com tais credenciais, este modelo único, que tivemos a oportunidade de testar, mesmo ao lado do Monte Branco, atinge uma velocidade que ronda os 300 km/hora, atingindo em menos de três segundos os 100 km/hora. Uma verdadeira obra-prima, que poderá custar cerca de 650 mil euros, só ao alcance de uma elite.

Por todas estas razões, não é todos os dias que se está sentado ao volante de um automóvel deste tipo, mesmo que numa experiência demasiado curta para que possa ser devidamente saboreada. Numa pista de aviação mesmo ao lado do Monte Branco, o Juke R 2.0 mostrou as suas credenciais, explicando sem grande razão a necessidade de um projecto deste tipo, que tem como único objectivo impulsionar as vendas do Nissan Juke, que já conseguiu ultrapassar o impressionante número de 600 mil unidades na Europa.

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