Fugas - Motores

Multimedia

Mais

Ver mais

Cada vez mais a pensar na cidade mas sempre fiel aos trilhos

Por Carla B. Ribeiro

Com a introdução do diesel de 1.6, com origem no grupo francês PSA, poder-se-ia pensar que o ASX estaria a virar as costas aos trilhos. Mas, mesmo mais poupado e menos potente, o SUV compacto da Mistsubishi continua a dar cartas no todo-o-terreno menos duro.

Foi limpinho. Com o diesel 1.8 DiD, de 116cv, rendemo-nos às evidências: o ASX mantinha, com o seu facelift de 2014, que o tornava cada vez mais urbano, aptidões para sair para fora do asfalto. O responsável por isto? Um bloco com um binário máximo de 300 Nm, mesmo quando não dispunha de tracção integral.

O mesmo não estávamos à espera de encontrar no propulsor de 1.6 litros, de origem PSA, que ocupou o coração do ASX para o tornar ainda mais poupado e mais amigo da cidade — e mais barato. Mas, com 114cv e um torque de 270 Nm, disponível no seu máximo a partir das 1750rpm, voltou a provar-nos que o ASX, mais ou menos urbano, continua fiel aos trilhos.

Naturalmente que não é um jipe e o melhor será não seguir os carros de tracção integral — o veículo ensaiado, além de dispor de tracção dianteira (há uma versão 4x4), chegou-nos às mãos com pneus de estrada, habitat para o qual o ASX está mais bem preparado, mostrando uma boa capacidade de poupança no pára-arranca, suportado por um eficiente sistema de paragem e arranque automáticos do motor. Além disso, e apesar de ser um carro que se impõe pelo seu tamanho (4295mm de comprimento, 1810mm de largura e 1635mm de altura), o ASX consegue ser ágil q.b. para serpentear pelo caos urbano, e arranjar lugar de estacionamento não entra dentro da lista de missões impossíveis.

Além disso, consegue tão depressa fazer a vontade a quem segue aos comandos como transformar-se num verdadeiro carro familiar, excepção feita à mala que, não sendo mínima (tem capacidade para 419 litros), fica aquém do que seria ideal se se pensar numa família — quer para ir de férias como às compras. O facto de se poder rebater, total ou parcialmente (60/40), os bancos traseiros faz com que a capacidade de transporte cresça.

Mas voltemos aos solavancos do empedrado, juntando-lhe umas pequenas poças de lama (quem disse que à chuva não se passeia?) e, claro, algum pó. Face a estas condições, o bloco 1.6 DI-D revelou-se capaz de acompanhar o ritmo, sobrevivendo facilmente a pequenas valas e mostrando que nada mais falso do que escrever que estes SUV compactos não servem para mais nada do que pavonearmo-nos entre amigos. Até pode ser verdade que precisa de algum embalo para escalar subidas mais íngremes, mas consegue chegar ao cume sem que haja nenhuma necessidade de esforçar a embraiagem.

A versão 1.6 DI-D destaca-se, do lado de fora, pelos faróis em xénon, luzes diurnas em LED, jantes de liga leve de 18”, puxadores exteriores à cor da carroçaria, a grelha com aplicações em cromado, espelhos retrovisores retrácteis electronicamente, plásticos frontais à cor da carroçaria e barras de tejadilho em preto. Já no interior, vive-se num ambiente que prima pelo conforto, mas que também não nega a vontade de conquistar clientes mais exigentes na qualidade quer dos materiais quer dos acabamentos. Prova disso são os bancos em pele ou os bancos dianteiros aquecidos. Ainda sobre os bancos, o condutor beneficia de ajuste eléctrico. Sublinhe-se ainda o acabamento em preto piano da consola central, assim como o tecto panorâmico com luzes em LED (de tonalidade alaranjada, conferem um ar distinto à noite, além de servirem de um apoio luminoso aos passageiros sem que interfiram com a visão do condutor), um apoio dianteiro de braço ajustável com dois compartimentos (superior e inferior) ou um muito útil porta-luvas refrigerado.

--%>