Fugas - Motores

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O novo topo de gama da Renault

Por João Palma

Os responsáveis da Renault decidiram cortar todas as ligações do seu novo veículo do segmento D com o anterior modelo, o Laguna. Para evidenciar as diferenças no visual, equipamento e mecânica deram-lhe um novo nome: Talisman.

Poderia ser a quarta geração do Laguna, mas, sendo um veículo totalmente novo, tanto no visual, como nos equipamentos e na mecânica, a Renault decidiu que o seu novo familiar médio tivesse outro nome. Talisman não é uma designação virgem na nomenclatura da marca francesa: a Renault já comercializou um veículo com este nome na China. Porém, se o Talisman europeu tem pouco que ver com o Laguna, muito menos o tem com o homónimo chinês. O Renault Talisman será lançado em Portugal em Abril de 2016.

O Talisman era para ser comercializado no mercado português em Dezembro, mas um atraso na produção fez com que ele só estivesse disponível na segunda semana de Janeiro, coincidindo com o lançamento do novo Mégane. E se o Talisman é a jóia da coroa, o Mégane é o veículo mais importante da Renault no que toca a vendas em Portugal. Assim, numa decisão sensata, a prima-dona terá de esperar pela Primavera para entrar em palco e mesmo assim só a berlina – a carrinha, carroçaria que reúne as preferências dos portugueses, só chegará um a dois meses depois.

Porventura também sensata, mas revelando pouco arrojo, é a opção da Renault Portugal de só disponibilizar a gama de motores diesel. É verdade que os portugueses preferem o gasóleo, mas os gostos também se educam: conduzimos na apresentação internacional o Talisman com o motor Energy TCe 1.6 a gasolina, com 200cv, acoplado a uma caixa automática EDC de dupla embraiagem e sete relações. Atingindo os 237 km/h e com média oficial de consumo de 5,6 l/100km, bem como o sistema 4Control de quatro rodas direccionais, esta versão anuncia performances e comportamento superiores à motorização diesel mais potente (e foi essa a sensação com que ficámos num percurso de cerca de 130km) e mesmo com caixa automática, pensa-se que o preço estimado não andaria longe do do Talisman com motor a gasóleo de 130cv. Além disso, ter uma versão desportiva com 200cv de potência contribui para o prestígio de um veículo.

Não foi esta, porém, a opção da Renault, à semelhança do que ocorreu com o monovolume Espace. E é, precisamente, com o Espace que o Talisman partilha a plataforma CMF (Common Module Family), motores, mecânica, elementos do equipamento e design (em especial a parte da frente).

O novo familiar médio da marca francesa, com linhas elegantes, mede 4848mm de comprimento, 1869mm de largura e 1463mm de altura, tendo 2808mm de distância entre eixos, tendo crescido em relação ao Laguna. O tamanho exterior reflecte-se no espaço interior para os cinco ocupantes e na capacidade da mala, uma das referências no segmento D – 608 litros (1022 litros com a segunda fila de bancos rebatida) a que se somam 93 litros sob o fundo da bagageira.

O Renault Talisman é um estradista por excelência e as suas motorizações, três variantes do bloco 1.6 dCi a gasóleo, com 110cv, 130cv e 160cv, privilegiam a economia de consumos e emissões. Estes propulsores vêm acoplados a uma caixa manual de seis velocidades nas versões de 110cv e 130cv e automática de dupla embraiagem de seis relações no caso do 1.6 dCi de 160cv (esta caixa também está disponível em opção com o motor de 130cv).

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