Depois de alguns anos de incerteza que viria a culminar com a venda da marca ao grupo indiano Tata Models em 2008 pela Ford, a Jaguar passou por uma profunda reestruturação que incidiu sobretudo pelo repensar de toda a sua gama. O projecto tem vindo a dar frutos e actualmente a marca regista um crescimento notório percentual. O XE é mais um trunfo nesse sentido, apresentando-se como uma berlina média premium que não renega o seu carácter very british.
Com quatro portas e tracção traseira, o carro mede 4672mm de comprimento, 1850mm de largura e 1416mm de altura, com uma distância entre eixos de 2835mm. Ou seja, coloca-se um degrau abaixo do XF, embora pareça inspirar-se neste quer ao nível da estética quer nos acabamentos. E nisto um Jaguar permanece como sempre foi: sóbrio na escolha dos elementos decorativos e distinto no que diz respeito aos materiais seleccionados, não havendo forma de o menosprezar na batalha entre as marcas premium.
Já o bloco ensaiado, um 2.0 litros diesel de 180cv, ainda requer algum trabalho para se pôr em linha com vários concorrentes. Não tanto pelo desempenho, que se mostra fiável em qualquer situação, muito por conta de um binário máximo de 430 Nm disponível logo a partir das 1750rpm, mantendo-se até às 2500 rotações. Mas pelo barulho que emite, numa altura em que os motores diesel já deixaram de ser catalogados como ruidosos. De janelas fechadas ainda disfarça — ponto positivo para a insonorização do habitáculo —, mas assim que se baixam os vidros o som faz-se ouvir.
Não é por isso que este é um carro para pôr de parte. Até porque, pelo seu preço (desde 48.887€, na versão de caixa automática e nível de equipamento Prestige - a viatura ensaiada que acrescentava cor Ammonite Grey, jantes em liga leve 18’’, sistema de áudio Meridian e bancos dianteiros com ajustes eléctricos, entre outros, tem um custo de mais dez mil euros), consegue rivalizar facilmente com os seus concorrentes mais directos. Além do mais traz tudo o que é imprescindível num carro de luxo, deixando poucos pormenores ao acaso, garantindo muito conforto e espaço para quatro passageiros e satisfatório para cinco.
Para o condutor, além de tudo parecer girar à sua volta, é fácil encontrar uma posição de condução, sendo a experiência de um conforto à prova de bala, estando apoiada por uma série de sistemas de ajuda à condução: controlo de velocidade de cruzeiro com limitador automático de velocidade, direcção electroassistida variável, assistente de arranque em subidas, aviso de mudança involuntária de faixa, controlo dinâmico de estabilidade, travagem assistida de emergência, etc.
Ao nível da segurança, o XE passou com distinção nos testes Euro NCAP, com 92% na protecção dos ocupantes adultos, 82% dos ocupantes crianças, 81% dos peões e 82% nos sistemas auxiliares.
