Fugas - Motores

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Musculado de corpo, desportivo de alma

Por Carla B. Ribeiro

Imagina-se sempre um SUV como um veículo possante, capaz de impressionar pelo tamanho e disposto a fazer-se a (quase) qualquer tipo de traçado. Características que assentam que nem uma luva no X4. Mas, nesta versão, equipada com o mesmo propulsor do M2 Coupé, embora com menos dez cavalos, o músculo chega associado a potência e desportividade.

Este modelo, o mais poderoso da família X4, chega, a partir de 83.881,54€ (sem extras!) com um bloco de seis cilindros em linha (embora o ronco possa levar a crer estarmos perante um motor em “V”), com uma capacidade de 3.0 litros e uma potência de 360cv, capazes de mostrar tudo o que têm entre as 5800 e as 6000 rotações — no caso do M2 Coupé, com o qual compartilha a motorização, os 370cv só entram totalmente mais tarde, às 6500rpm. Já o binário máximo é o mesmo: 465 Nm, disponíveis por uma ampla faixa de utilização, entre as 1350 e as 5250rpm (1400-5560, no M2).

Contas feitas, este gigante de quase duas toneladas em vazio acelera dos 0 aos 100 km/h em apenas 4,9 segundos, um feito que não é difícil de sentir assim que se pressiona o pedal do acelerador, sobretudo quando em modo de condução desportiva (tanto em modo conforto como em modo económico, as respostas são ligeiramente inferiores – embora não o suficiente para desanimarem). Para tal, o motor teve o tratamento M Performance necessário que passou por criar um maior volume de pressão e de combustível injectado (às vezes até em demasia, com o escape a soltar audíveis raté). Na gestão do propulsor, a caixa automática Steptronic de oito relações consegue ser suficientemente lesta para tirar proveito da alma mais aguerrida deste X4 com trejeitos de M, ao mesmo tempo que consegue assumir uma condução tranquila sempre que assim lhe peçam.

Mas o X4 M40i não é apenas um M no motor ou no funcionamento da transmissão. Por todo o carro se detectam pequenas ou mesmo grandes alterações que distinguem esta versão do modelo das demais. É o caso do chassis, que surge reforçado, com a introdução de barras estabilizadoras à medida, ou do controlo de amortecimento dinâmico. Mais potência também significa melhores e mais eficazes travões, com discos ventilados tanto à frente como atrás. A tracção é integral, embora inteligente, com o eixo traseiro equipado com o sistema Performance Control, a garantir uma dinâmica de condução típica de um modelo M, não obstante o facto de o centro de gravidade dos dois carros ser totalmente diferente. Ainda a agarrá-lo à estrada, pneus de alta performance (245/40, à frente; 275/35, atrás) que aliam segurança à estética ao incorporarem as jantes exclusivas M de 20 polegadas — um extra de 1035€.

No capítulo da estética, o exterior apresenta um sistema de escape desportivo com ponteira em ambas as extremidades em preto cromado, barras de tejadilho alumínio Satinated (350€), detalhes em cinzento metalizado na grelha e entradas de ar no para-choques dianteiro. Já pelo habitáculo, inúmeros pormenores levam-nos a conhecer o que de melhor tem a divisão desportiva da casa bávara para oferecer: volante M em couro, equipado com patilhas (uma função que vale a pena desfrutar, sobretudo em estrada aberta ou em curvas sinuosas), punho da caixa M, decoração específica do painel de instrumentos, etc.

O equipamento, como seria de esperar, é à medida dos desejos (e da carteira) de cada um. No caso do veículo ensaiado só em opcionais contabilizava-se mais de 17 mil euros: bancos em pele, alarme, sistema de acesso sem chave, câmara traseira com vista 360º, vidros com protecção solar, espelhos anti-encandeamento, ajuste eléctrico do banco do condutor, sistema de lavagem dos faróis, luzes adaptativas LED, assistente de condução, sistema de navegação, head-up display, sistema de som Harman/Kardon e serviços ConnectedDriv, entre outros mimos.

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