Uma coisa é um conhecimento teórico, ver vídeos onde veículos percorrem trajectos de forma automática sem que alguém mexa no volante, pise o travão ou o acelerador. Outra é sentarmo-nos no banco do condutor e ter essa experiência ao vivo. Foi o que nos aconteceu na apresentação internacional da nova carrinha Mercedes-Benz classe E, durante cerca de 80 quilómetros em auto-estrada e em movimentadas estradas alemãs, quando accionámos o pacote opcional Driver Assistance Plus.
Por uma questão de segurança, a única coisa requerida foi manter as mãos em cima do volante. De resto, o carro conduziu-se sozinho, ajustando e variando a velocidade de acordo com os limites legais (70km/h, 100 km/h, 130 km/h…), curvando, parando nos semáforos ou quando o veículo à frente se detinha, voltando a retomar a marcha, mudando de faixa se accionávamos o pisca (no entanto, o veículo só faz a manobra quando é seguro e viável). Por vezes, tivemos a tentação de mexer no volante, em estradas sinuosas com tráfego intenso em sentido contrário, mas refreámo-nos e deixámos o carro curvar por si e manter-se na faixa.
Claro que na Alemanha é possível fazer uso de todas estas funções de condução automática (muitas delas uma novidade). A experiência seria muito diferente em Portugal, onde as limitações legais impedem a utilização da condução autónoma.
Mesmo assim, com os dispositivos auxiliares de condução disponíveis em Portugal, é quase impossível ocorrer um acidente por culpa do condutor. Só um exemplo: graças ao Active Emergency Stop Assist, em conjunção com sistemas como o cruise control adaptativo e o assistente de manutenção na faixa de rodagem, se é detectada falta de reacção do condutor, por perda de consciência, o carro pára automaticamente e abaixo dos 60 km/h acciona as luzes de emergência.
Os sistemas de comunicação e infoentretenimento são também bastante abrangentes, caso do Car-to-X que permite receber avisos com antecedência sobre obstáculos e perigos no percurso, bem como o serviço de Concierge, assistência personalizada permanente, com localização e activação de certas funções à distância, diagnóstico do veículo em caso de avaria, informação sobre percursos, hotéis, restaurantes, etc.
Mas não é só nos dispositivos auxiliares de condução e nos sistemas de comunicação e infoentretenimento que a carrinha classe E apresenta novidades. Com esta carrinha, a Mercedes-Benz introduz por exemplo a utilização de um smartphone como chave inteligente. Aquele, colocado num espaço na consola, não só serve de chave como se vai carregando. Além do mais, com esta funcionalidade é possível até mover o carro à distância. Mais uma das novas funções de condução automáticas, graças às quais a nova Mercedes-Benz classe E Station quase se desloca sem intervenção do condutor.
A classe E Station estará disponível a partir da segunda quinzena de Outubro com dois motores: E200, 1991cc, a gasolina de 184cv (61.300€) e E220 d, 1950cc, a gasóleo de 194cv (61.200€). Até ao final do ano virão mais motorizações a diesel: E 200d (150cv) e E 350 d (258cv).
O motor diesel de 4 cilindros e 1950cc nas declinações de 150cv (200 d) e 194cv (220 d) é novo e mais eficiente. Os restantes propulsores também tiveram melhorias. Todas as versões da Mercedes-Benz classe E Station trazem de série a nova caixa automática 9G-Tronic de nove relações. Na Primavera de 2017, irá estar disponível uma caixa manual de seis velocidades para os motores de gasolina de 4 cilindros.
No início do ano, será lançada a primeira variante de altas prestações desta carrinha: a Station AMG E 43 4Matic, com tracção integral e um motor de gasolina 3.0 biturbo com 6 cilindros em V, que debita 401cv. Até ao Verão de 2017, a Mercedes-Benz lançará outra versão da carrinha classe E com maior potência, o AMG E 63, que se poderá escolher com 571cv ou 612 CV.
A Mercedes-Benz classe E Station, podendo ter prestações desportivas, destaca-se pelo conforto oferecido em especial em percursos longos. Com suspensão pneumática traseira de nivelamento automático de série e uma mala com capacidade de 640 a 1820 litros, aloja confortavelmente cinco pessoas. A partir de finais de 2016, estará disponível uma terceira fila de bancos, rebatível, com dois lugares para crianças. No interior, onde sobressaem os visores atrás do volante e o grande ecrã central (12,3’’), destaque para a qualidade dos materiais e dos acabamentos.
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A carrinha que (quase) dispensa condutor
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