Fugas - Motores

Fábio Augusto

Fábio Augusto

As mudanças estão no interior

Por João Palma

O principal defeito dos veículos da Volkswagen? As alterações no visual serem quase imperceptíveis entre gerações. A principal qualidade dos veículos da Volkswagen? As alterações no visual serem quase imperceptíveis entre gerações.

Pegue-se, por exemplo, em dois Golf separados por uma dezena de anos e não se vê grandes diferenças nas linhas. Já no que toca a mecânica e equipamentos, a história é outra. Isto também se aplica ao up!, o citadino da marca de Wolfsburgo, que foi agora renovado.

Por fora, é como aqueles passatempos de “Veja as Diferenças”: pequenas modificações nos pára-choques, nos grupos ópticos com luzes de dia LED integradas e os piscas inseridos nos retrovisores exteriores. Para além disso, há novas cores para a carroçaria, para o tejadilho e para o interior, bem como novas jantes de liga leve.

Já no que toca a equipamentos e motorizações, as alterações foram mais significativas com novos sistemas de infoentretenimento, com possibilidade de emparelhamento com um smartphone e a adição de uma variante turbo do motor tricilíndrico, 1.0 TSI com 90cv.

O veículo que nos disponibilizaram vinha com a versão intermédia de potência, 75cv, e nível de equipamento High up!, com cinco portas e quatro lugares. Com este motor, o pequeno citadino, não sendo um desportivo, é bastante ágil e de reacção rápida tanto às manobras do volante como ao pisar do acelerador, mesmo quando tem de enfrentar subidas, proporcionando boas recuperações e ultrapassagens fáceis e seguras.

Além disso, é bastante económico: num percurso variado de cerca de 300km, com alguns engarrafamentos, obtivemos uma média de 5,3 l/100km. A caixa manual de cinco velocidades está bem escalonada e é de fácil accionamento. Está ainda disponível uma caixa manual robotizada, por mais 800€ (prevê-se que a próxima geração do up! possa dispor de uma caixa automática de dupla embraiagem ou de conversor de binário).

Este carrinho é bastante equilibrado, nomeadamente em curva. A posição de condução é alta e a visibilidade é boa. Em condução, só se nota que é um carro pequeno em pisos mais irregulares, que a suspensão não absorve tão bem, e a velocidades mais elevadas com ventos laterais, em que se sente a sua leveza (936kg), sendo necessária alguma atenção para evitar desvios. Mas, embora ele se despache bem em auto-estrada, é nas vielas estreitas urbanas e em estacionamentos de dimensões reduzidas que o up! se sente como peixe na água. Para isso contribuem os 3600mm de comprimento e os 1641mm de largura, que tornam aproveitável qualquer buraquinho para o arrumar.

Este carro com o motor de 75cv é bastante despachado, em especial em cidade, mas para quem deseje uma versão mais “apimentada”, por mais 930€, tem a versão turbo do 1.0 de 90cv, com 185 km/h de velocidade máxima e aceleração dos 0 aos 100 km/h em apenas 9,9s. Mas também é verdade que um acréscimo de cerca de mil euros neste segmento é um valor significativo.

Aliás, e a propósito, o principal “defeito” deste citadino é o seu preço. Mesmo a versão menos equipada, take up!, com este motor de 75cv, custa 12.542€. O High up! tem ar condicionado automático, sensores de estacionamento traseiro com pictograma no ecrã central, faróis de nevoeiro, sistema multimédia com emparelhamento do smartphone via Bluetooth, jantes de liga leve de 16’’, etc. Mas quase 15.000€ por um citadino de quatro lugares é um preço um pouco salgado, não obstante a qualidade mecânica e dos materiais e acabamentos utilizados no habitáculo.

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