Em tempos, escrevemos: “O principal defeito dos veículos da Dacia é não apresentarem qualquer novidade; a principal qualidade é não apresentarem qualquer novidade.” Isto mantém-se. Os modelos do fabricante romeno da Aliança Renault/Nissan não trazem nada de novo. Em contrapartida, aproveitam soluções fiáveis e com provas dadas de outros veículos do grupo para as incorporem nos seus carros. Agora, em Janeiro de 2017, será renovada toda a gama, com pequenas alterações na mecânica e no visual.
A Dacia é sinónimo de carros funcionais, fiáveis, com preços acessíveis. Que outra marca pode apresentar uma carrinha que custa menos de 10.000€, como é o caso da Logan MCV? Ou um SUV por menos de 15.000€, como o Duster?
O segredo é o nulo investimento da Dacia em inovação. Até mesmo o SUV Duster, um caso de sucesso, foi construído com base na mecânica e equipamentos já utilizados noutros modelos do grupo. Por isso, se, por um lado, os modelos da marca romena não trazem nada de novo, por outro, fica reduzida ao mínimo a ocorrência de eventuais problemas decorrentes de inovações, que, por vezes, trazem defeitos iniciais.
Ainda assim, é evidente o esforço da Dacia para melhorar o design, os materiais e os acabamentos dos seus veículos sem aumentar os preços, com o Duster e o Sandero Stepway a serem exemplos evidentes dessa política.
Mas mesmo uma marca low-cost como a Dacia (de baixo custo mas sem prejuízo da fiabilidade e qualidade) tem de proceder periodicamente a renovações dos seus modelos. E é isso que vai fazer no início do próximo ano, abrangendo quase toda a gama — Sandero, Sandero Stepway, Logan, Logan MCV e os comerciais Lodgy, Dokker e Dokker Van. Já o SUV Duster, na variante 4x2 com motor dCi a gasóleo de 110cv, vai poder dispor a partir de Março de 2017 da caixa EDC de dupla embraiagem e seis relações utilizada noutros veículos da Renault e da Nissan. Dos comerciais não nos vamos ocupar, por não estarem no âmbito da Fugas. Quanto aos outros modelos, há novidades na mecânica e nos equipamentos.
Para além da introdução da já mencionada caixa EDC no Duster 4x2, com performances similares à da caixa manual e vantagens no conforto e na facilidade de condução que valem bem os cerca de 1500€ de acréscimo de preço (valor estimado), de referir a inclusão na gama Dacia de um motor tricilíndrico atmosférico a gasolina de 75cv, disponível nos Sandero, Logan (não comercializado em Portugal) e Logan MCV.
No entanto, segundo os responsáveis da Dacia, em Portugal a marca romena continua a apostar mais fortemente nos modelos com motor tricilíndrico turbo 0.9 de 90cv a gasolina e bifuel (gasolina e gás), bem como no 1.5 com 75cv e 90cv a gasóleo, nos níveis de equipamento Confort e Stepway.
No que se refere ao visual, a dianteira dos Sandero, Sandero Stepway, Logan e Logan MCV é renovada com nova assinatura luminosa à frente, com luzes de dia em LED. Atrás, com excepção do Logan MCV, a reformulação das luzes obedece ao mesmo estilo. Novos pára-choques, grelha dianteira com entradas de ar com linhas cromadas e faróis de nevoeiro sublinham a sensação de robustez dos quatro modelos. O Sandero Stepway adopta o estilo do Duster, o que lhe confere um aspecto mais dinâmico.