O novo Nissan Micra, a quinta geração de um utilitário lançado pela Nissan em 1983, representa uma mudança radical face aos seus antecessores. Com 3999mm de comprimento (apenas a 1mm da fasquia dos 4 metros), de Micra só reteve o nome, tendo quase as dimensões de um pequeno familiar. Estará disponível a partir de 10 de Março nas motorizações 0.9 turbo tricilíndrico a gasolina com 90cv e 1.5 dCi, quatro cilindros, a gasóleo, com 90cv, com quatro níveis de equipamento, Visia, Acenta, N-Connecta e Tekna.
Em Maio, será lançado um terceiro motor atmosférico, 1.0 tricilíndrico a gasolina com 73cv, que equipará o Micra mais acessível — 14.550€ no nível de entrada, Visia. Esta versão será apontada a frotas e não estará disponível nos dois níveis superiores de equipamento, N-Connecta e Tekna, só nos Visia e Acenta. Os responsáveis da Nissan, no entanto, prevêem que o grosso das vendas ocorrerá nos veículos com os motores 0.9 turbo a gasolina e 1.5 a gasóleo, ambos com 90cv, e nos dois níveis intermédios. Estes dois motores são os mesmos usados no Renault Clio. Face aos preços e performances, a opção pelo Micra com propulsor 0.9 de 90cv (menos 4200€ que o Micra a gasóleo) é de considerar. Todos os três propulsores vêm associados a uma caixa manual de cinco velocidades.
As mudanças face ao Micra IV são radicais. A plataforma é a mesma, mas sofreu grandes modificações. Apesar de o novo Micra, nas suas proporções, ter ficado semelhante ao novo Renault Clio, a Nissan optou por não utilizar a actual plataforma do utilitário francês, que será substituída por uma nova na próxima geração. O Micra V é 170mm mais comprido, 80mm mais largo (1455mm) que o anterior e a distância entre eixos, 2525mm, é 75mm maior.
Embora distinto no visual, assemelha-se mais ao primo Clio que ao antepassado Micra IV, até pelas dimensões. No entanto, o ADN da Nissan é evidente, tanto no exterior como no interior. Tanto a frente como a traseira conferem ao Micra um aspecto dinâmico, realçado por uma linha de cintura que sobe da frente para trás. O utilitário da marca japonesa só tem uma carroçaria, com cinco portas e cinco lugares. O seu crescimento traduziu-se em ganhos na habitabilidade e numa mala que, com 300 litros, é das maiores do segmento.
A dinâmica de condução é boa, para o que contribui o Active Ride Control, já conhecido do Qashqai e de série em toda a gama, bem como o trabalho de afinação e equilíbrio efectuado sobre a plataforma V, que até parece ser nova: suspensão confortável, equilíbrio na condução, mesmo em curva, e direcção precisa — uma melhoria substancial face à geração anterior. A posição de condução é boa, com excelente visibilidade. Os materiais usados e os acabamentos também registam progressos e nota-se um bom trabalho de insonorização do habitáculo. Painel de instrumentos e monitor são os mesmos do Qashqai.
O utilitário da Nissan é produzido em França, na mesma fábrica em Flins onde é fabricado o Renault Clio, e destina-se ao mercado europeu. Mesmo no nível de entrada, Visia, o equipamento já é razoável: para além do referido controlo de chassis, sensor de luz, sistema de anticolisão frontal, limitador de velocidade, ar condicionado, rádio com conexões Bluetooth e USB, etc.