O 750Ld integra o potente bloco de seis cilindros em linha 3.0 turbodiesel com quatro turbos e cuja apresentação no Seminário Internacional de Viena, em Abril do ano passado, deixou muita gente a salivar. E, assuma-se, não é para menos.
Com uma potência equiparada a quase 400cv, totalmente disponível às 4000rpm, consegue prestações impressionantes tirando partido dos quatro turbos, dois para cada conjunto de três cilindros, e de um binário máximo digno de um carro de corridas: 760 Nm disponível na faixa de rotação entre as 2000 e as 3000rpm.
E nem mesmo o peso do carro ou as suas dimensões constituem impedimento de desfrutar dos seus atributos dinâmicos. Isso é ainda mais evidente quando se acciona o modo Sport, observando não só como o comportamento do bloco se altera como a forma como todo o corpo do automóvel se cola à estrada. Aqui, claro, o sistema de tracção integral xDrive não deixa créditos por mãos alheias, corrigindo qualquer falta de aderência ou algum coice mais violento.
Para lá do portento que é o novo propulsor diesel, este continua a ser uma série 7, versão de carroçaria longa, com tudo o que qualquer outro tem para oferecer: um conforto que às vezes nem no sofá de casa se tem, tecnologias que vão apalpando o caminho da condução autónoma — e até sem condutor dentro do veículo. Calma! Serve só para estacionar.
Quando se fala a alguém pela primeira vez da hipótese de incluir estacionamento remoto, efectuado através do comando do carro, parece um opcional totalmente desnecessário. Ridículo, até, como nos chegaram a dizer em conversas de café. Até se ter noção não só das dimensões deste carro como da amplitude necessária para abrir uma porta e sair ou entrar no veículo. É impraticável em situações e estacionamentos ditos normais. Por isso, confesso que em cinco dias nem pensei mais no “ridículo da situação” e apenas uma vez não recorri ao sistema: apontar o carro a um lugar, deixando as rodas direitas, travar e desligar, sair do carro e depois iniciar todo o processo de estacionamento no lugar de destino. Para sair, basta fazer a operação inversa.
Mas voltemos à condução autónoma que ainda não o é — nem o poderá ser enquanto não houver mais testes e legislação correspondente. Mas até lá já é possível saborear um pouco do futuro. No caso deste automóvel, determinamos a velocidade (e sempre que há uma alteração da velocidade máxima permitida ele avisa para se diminuir ou aumentar o ritmo de marcha), a distância do veículo da frente, accionamos a direcção automática e podemos deixar-nos conduzir. Das experiências realizadas, a distintas velocidades, verificámos com algum prazer a forma perfeita como descreve curvas sem qualquer auxílio da nossa parte. As mãos é que não podem sair do volante por mais do que parcos segundos.
De resto, o 750Ld mantém todas as características que já tínhamos tido a oportunidade de pôr à prova no menos agressivo, mas também mais poupado e eficiente 730Ld. A bordo da limusina consegue-se ter o melhor de muitos mundos: trabalhar, recorrendo às tecnologias necessárias para cumprir todo o tipo de tarefas, ver um filme, assistir à programação de canais televisivos, jogar no tablet ou simplesmente ouvir música (o nosso 750Ld vinha equipado com um sistema de som Bowers & Wilkins Diamond). E se o problema for cansaço? Entre uma massagem e transformar o assento num divã, não encontrámos motivos para frustrações. A não ser que se ambicione voar. É que até pode merecer o título de avião, mas continua a ser apenas e só um automóvel, não obstante o seu valor: para usufruir de todas as mordomias é necessário desembolsar mais de 190 mil euros.