Depois de um interregno de cinco anos, a Peugeot voltou a conseguir ver um modelo seu a levar o troféu para casa — antes, o feito tinha sido conseguido duas vezes: a primeira, em 1989, com o Peugeot 405; a segunda, em 2012, com o Peugeot 508. Nas classes, sagraram-se vencedores Citroën C3 (Citadino), Renault Mégane Energy dci 130 GT Line (Familiar), Volvo V90 D4 190 CV Geartronic (Carrinha), Seat Ateca 1.6 TDI CR Style S&S 115cv (Crossover); e Hyundai Ioniq Hybrid Tech (Ecológico). A Volvo distinguiu-se ainda pelo Pilot Assist, tendo recebido o Prémio Tecnologia e Inovação e o Ateca conquistou o Prémio do Público, apurado numa votação online.
Numa edição pautada por candidatos ao título maior muito fortes — Citroën C3, Hyundai Ioniq, Kia Optima SW, Peugeot 3008, Renault Mégane ST, Seat Ateca e Volvo V90 —, o carro francês venceu com o diesel 1.6 BlueHDI de 120cv acoplado a uma caixa automática de seis velocidades. Os restantes finalistas à 34.ª edição do Essilor Carro do Ano/Volante de Cristal, iniciativa organizada pelo jornal Expresso e pela SIC/SIC Notícias e cujos resultados foram divulgados na noite de 23 de Fevereiro, também apresentaram versões específicas, de acordo com as novas regras do prémio. O C3 apostou no propulsor a gasolina Pure Tech de 110cv e nível de equipamento Shine; o Hyundai Ioniq apresentou a sua versão Hybrid Tech; a Optima Sportwagon concorreu com o bloco diesel 1.7 CRDi e equipamento GT Line; o Renault Mégane Sport Tourer, com equipamento GT Line, apostou no gasóleo dCi de 130cv; o Seat Ateca avançou com o propulsor 1.6 TDI de 115cv Style; e a V90 apresentou-se com o motor D4 de 190cv gerido por uma caixa Geartronic.
Peugeot 3008 Allure 1.6 BlueHDi 120 EAT6
Um novo ciclo
Tendo por base a plataforma modular EMP-2, o novo Peugeot 3008 apresenta uma frente verticalizada, que pontifica um capot longo e horizontal. A cintura é elevada e, além das grandes rodas, exibe uma série de protecções que levam a marca a desafiar os condutores a aventurarem-se fora do asfalto. Por tudo isto, o 3008 abandonou a designação de crossover, apostando na ideia de que se trata de um verdadeiro SUV, apto para todas as vicissitudes, sobretudo quando equipado com o Grip Control. Com o 1.6 BlueHDi de 120cv é certo que não se conseguirá nem acelerações relâmpago nem velocidades máximas de cortar a respiração. Ainda assim, com um torque máximo de 300 Nm, disponível logo a partir das 1750rpm, mostra a garra necessária para tornar qualquer trajecto pouco aborrecido. De referir que este é um carro que é um hino às tecnologias, estreando uma série delas na marca e, de certa forma, democratizando vários sistemas e funcionalidades até aqui mais comuns às marcas premium. O modelo vencedor custa 36.690€, mas os preços arrancam nos 30.680€ (1.2 PureTech 130) e chegam aos 44.520€ (2.0 BlueHDi 180 EAT6).
Citroën C3 PureTech 110 Shine
Um ecléctico citadino
Outra aposta ganha por parte do grupo PSA. O Citroën C3 foi completamente revisto e, mais do que um veículo funcional, foi transformado em objecto de desejo. A sua presença faz-se notar, sobretudo quando se opta por personalizar o carro com duas tonalidades distintas (uma para tejadilho, espelhos e outros detalhes; outra para a restante carroçaria) e pela inclusão dos bem-sucedidos Airbumps, ainda que menos proeminentes do que os que se observam no C4 Cactus. O bloco a concurso, o 1.2 Puretech de 110cv, é expedito, aliando boas performances a consumos razoáveis. Além disso, nota-se a preocupação da marca em colocar o pequeno (embora bem maior que o seu antecessor) citadino em linha com todas as avançadas tecnologias de infoentretenimento e de conectividade. O modelo premiado custa desde 17.150€.
Outros candidatos: Hyundai i20 1.0 TGDi Comfort + Pack Look
Renault Mégane dCi 130 GT Line
Poupança familiar
Num familiar privilegia-se o espaço, sobretudo para os restantes ocupantes, os pequenos buracos de arrumação, a capacidade da mala, a segurança… O Mégane, nesta nova geração, conseguiu aliar estes atributos a uma condução que se adapta ao estilo de cada condutor (ou mesmo a situações distintas para a mesma pessoa ao volante), recorrendo aos perfis de condução que vão desde o mais aguerrido ao mais confortável, não esquecendo o mais económico. E, por falar em economia, este é um assunto no qual a Renault soma pontos. Basta alguma atenção ao pisar do acelerador para conseguir marcas impressionantes. Com nível de equipamento GT Line, o Mégane atira-se para um patamar superior quer ao nível da qualidade dos materiais e acabamentos quer ao nível da oferta tecnológica. Exemplo disso é o sistema R-Link 2, com navegação e ligação à Internet. O modelo premiado custa desde 30.300€.
Outros candidatos: Mazda3 CS Skyactiv-D 1.5 Excellence HT Navi Pack Leather
Volvo V90 D4 190cv Geartronic
Rainha entre as carrinhas
De silhueta alongada, a Volvo V90 marca presença em estrada logo pela largura da carroçaria, vincada pelas amplas ópticas e grelha dianteiras. Aliás, por fora, não engana: trata-se de um modelo de luxo, de design dinâmico e elegante, que se assume como uma referência entre os seus pares. Por dentro, volta a imperar o requinte e a importância dos detalhes e acabamentos. Ao nível da habitabilidade, um aspecto relevante para quem opta por uma carrinha, a V90 só é beliscada por um proeminente túnel central. De resto, há muito espaço para ombros e pernas. No que toca à bagageira, além de um excelente acesso, que conta com abertura a partir do interior e com botão eléctrico, há 560 litros que podem crescer até aos 1526 litros com o rebatimento do banco traseiro. O modelo vencedor está à venda desde 59.339€.
Outros candidatos: Kia Optima Sportwagon 1.7 CRDi GT Line, Renault Mégane Sport Tourer Energy dci 130 GT Line
Seat Ateca 1.6 TDI Style S&S 115cv
Alma crossover
A estreia da Seat no segmento dos SUV parece ser uma aposta ganha. Recorrendo à Plataforma Modular Transversal (MQB) do grupo Volkswagen, este crossover apresenta-se com uma excelente base de rigidez e espaço, sendo bastante flexível nos capítulos mecânico e tecnológico. A versão submetida a concurso estava equipada com o conhecido (e com provas dadas) bloco 1.6 TDI de 115cv que, com um binário constante de 250 Nm, entre as 1500 e as 3250rpm, tem um comportamento quase elástico e apto para os pequenos desafios de quem de vez em quando precisa de trocar o asfalto por outro tipo de traçado, não penalizando demasiado os consumos. Ao nível da habitabilidade, qualquer ocupante consegue encontrar conforto e na bagageira há espaço para arrumar 510 litros. O modelo custa desde 29.260€.
Outros candidatos: Audi Q2 1.6 TDI 116 Sport, Hyundai i20 Active 1.0 TGDi Blue Comfort, Hyundai Tucson 1.7 CRDi Premium, Kia Sportage 1.7 CRDi TX, Peugeot 3008 Allure 1.6 BlueHdi 120cv EAT6, Volkswagen Tiguan 2.0 TDI 150cv Highline
Hyundai Ioniq HEV Hybrid Tech
Ecológico mas emocional
Embora por fora nada leve a suspeitar que se trata de um modelo de tais características, o arranque, sempre em modo eléctrico, é suave e silencioso. Mas o bloco térmico a gasolina 1.6 GDi, de 105 cv, não se inibe de mostrar do que é capaz quando reunido a um motor síncrono de íman permanente de 32 kW, perfazendo uma potência combinada de 141cv. Muito fácil de conduzir, em modo Sport pisca o olho a um mundo de emoções. Um feito conseguido sobretudo pela inclusão de uma caixa automática de dupla embraiagem com seis velocidades em detrimento das habituais CVT que se encontram na maioria dos híbridos. Já em modo Eco revela bons consumos. Pormenor: o Ioniq sagrou-se, em 2016, o mais seguro entre os familiares compactos segundo o Euro NCAP. O modelo está à venda desde 33.000€.
Outros candidatos: Mitsubishi Outlander PHEV e Volkswagen Passat Variant GTE
