A Toyota foi um dos pioneiros na comercialização de híbridos plug-in — viaturas com um conjunto propulsor formado por um motor de combustão (gasolina ou gasóleo) e outro eléctrico, cuja bateria pode ser carregada numa tomada e que tem alguma autonomia em modo 100% eléctrico. É o caso do novo Prius Plug-in, que chega a Portugal no início de Abril, com preços desde os 41.200€ (33.496€ sem IVA) — em condições reais, tem mais de 50km de autonomia em modo eléctrico (63km teóricos).
Não é costume apresentarmos preços sem IVA, mas neste caso há uma razão: face aos benefícios e incentivos fiscais, a aquisição do Prius Plug-in traz vantagens para empresas e empresários individuais (EI). Para estes, há um desconto de 75% no ISV, dedução total do IVA, redução da tributação autónoma de 50% para EI e de 64% para empresas, as quais, além disso, beneficiam de 100% das depreciações da viatura aceites como gasto fiscal em sede de IRC. Há ainda um incentivo directo de 562,50€, na compra de híbridos plug-in.
Por tudo isto, a Toyota prevê que o grosso das vendas se faça para frotas, empresas e empresários, calculando que, num período de quatro anos, em comparação com uma viatura a gasóleo que custe 33.000€, haja uma poupança de mais de 10.000€ em vantagens fiscais e gastos de utilização. Já os particulares não têm tantas regalias: apenas 75% de desconto no ISV e o incentivo à compra de 562,50€.
O primeiro Prius Plug-in foi lançado em 2007 e chegou a Portugal em 2010. Tinha 25km de autonomia teórica em modo 100% eléctrico. Entretanto foram chegando ao mercado outras viaturas plug-in com 40km a 50km de autonomia, mas só agora é que a Toyota apresenta um veículo capaz de competir (e até superar) a concorrência no que toca à autonomia eléctrica e às poupanças em modo de condução híbrido. Com 63km de autonomia eléctrica teórica e apontando para mais de 50km de condução 100% eléctrica em situações reais, anunciam-se médias de 1,0 l/00km em consumos e 22 g/km em emissões de CO2.
Na apresentação internacional, na zona de Barcelona, num percurso variado de 170km (cidade, estrada, auto-estrada), fizemos uma excelente média de 3,1l/100km sem grandes preocupações de condução se não as de respeitar os limites legais de velocidade (houve quem fizesse médias abaixo dos 3,0 l/100km). É em cidade que o Prius Plug-in se sente como peixe na água; já em auto-estrada a autonomia diminui, mas mesmo aí é possível conduzir mais de 50km, no modo Eco, sem recorrer ao motor de combustão (os outros dois modos de condução são o Normal e o Power). Os modos de propulsão são quatro, seleccionáveis através de botões no tablier: Eléctrico, Eléctrico em Cidade, Híbrido (combinando os dois motores) e Carga da Bateria. Em modo eléctrico a velocidade máxima é 135 km/h.
O sistema propulsor, a transmissão, a plataforma e muitos equipamentos são os mesmos do Prius normal. Onde a versão plug-in ganha vantagem é na utilização, em certas circunstâncias, do gerador como segundo motor eléctrico, na bomba de calor de injecção a gás, no aquecimento da bateria, a qual, além de carregamento autónomo, é mais potente e eficiente, numa porta mala em plástico reforçado com fibra de carbono (mais leve) e na limitação da lotação a quatro ocupantes para reduzir peso. No que toca ao conforto de condução, o Prius Plug-in é mais silencioso e a caixa CVT tem funcionamento melhorado.