Ao longo de três dias não há apenas centenas de veículos para ver. Embora estes (que incluem clássicos, superdesportivos e até bólides de competição) sejam as estrelas do evento, a organização promete “emoção a todos os visitantes”.
"Para além de animação e divertimento ligado aos automóveis e motociclos, o evento integra ainda um conjunto de acções lúdicas e turísticas, como parques infantis, gastronomia e restauração, zonas chill out e música ao vivo."
Mas os motores serão sempre os reis da festa. Seja na Rampa do Caramulo (inserida no Campeonato de Portugal de Montanha) ou nos novos Trial de Motos em Demonstração, Passeio de Ferraris e Prova em Regularidade na Rampa do Caramulo que, junto com a prova de Velocidade, integrará o Motorfestival.
Além daqueles, decorrem os habituais Rally Histórico Luso-Caramulo, organizado em parceria com o Clube LusoClássicos; os Passeios Históricos (os previstos: Viseu-Caramulo, Salamanca-Caramulo, Ferrari, Harley-Davidson, Targa Clube, Porsche Club Portugal, SideCar e ACP Clássicos); a Raiada do Caramulo, com o desfile de bicicletas antigas; e o Espectáculo Aéreo com avião acrobata da Ford.
Paralelamente, decorre no Pavilhão Multiusos do Caramulo, ao lado do Museu do Caramulo, a Feira de Automobilia onde se pode “comprar, trocar ou vender todo o tipo de peças de automobilia”.
No museu pode ser visitada a exposição Rush, de João Louro, que se propõe a transportar os visitantes para a estética e imaginário associados à sensação da velocidade e de adrenalina. A mostra, que inaugura no dia 6 às 18h30, pode ser visitada até 26 de Janeiro.
As estrelas
A maior de todas, o Ferrari 225 Sport Spider Vignale de 1952 , cuja vida se entrelaça com a história dos asfaltos portugueses, ao contrário do que estava planeado, já não irá estar presente no Caramulo “devido a problemas de logística”. Ainda assim, não faltam vedetas que justificam a passagem no Caramulo. Casos do Edfor de 1937, construído pelo piloto e mecânico Eduardo Ferreirinha; do Alba de 1952, criado também por um português (curiosidade: quem o pilota no Caramulo é o neto do criador); e do Pegaso Z-102B de 1953, produzido em Espanha e oferecido por Francisco Franco a Craveiro Lopes quando, em Maio de 1953, este visitou oficialmente a Espanha. Este último faz parte da colecção do Museu do Caramulo.
O Spider Vignale, com um bloco de 2715cc e uma potência de 210cv às 7200rpm, que acabou por adiar o regresso, foi novinho em folha para as mãos do lendário piloto Vasco Sameiro em 1952. No mesmo ano e com um carro igual, Vittorio Marzotto venceria o Grande Prémio do Mónaco. Enquanto isso, por Portugal, o bólide de Sameiro brilharia nos circuitos da Boavista, Vila Real e Vila do Conde, sendo mais tarde pilotado por Mário Valentim ou Sérgio Bernardes. Foi com este, em 1954, que se despediu dos asfaltos nacionais no Grande Prémio de Portugal em Monsanto. O carro é actualmente propriedade do australiano Marc Newson e encontra-se avaliado em um milhão de euros.
Árvores para o Caramulo
O Verão de 2013 foi muito duro para a Serra do Caramulo, com grandes áreas ardidas (calculavam-se cerca de 9 mil hectares) e a perda de vidas de bombeiros (faleceram dois profissionais no combate às chamas na zona). A organização do festival decidiu avançar com uma colaboração simbólica oferecendo, desde logo, três mil árvores para a reflorestação. "Sabemos que não é muito, pois já devem ter ardido mais de 300 mil, mas é a nossa contribuição para minorar o prejuízo e reflorestar o Caramulo", adiantou, à Lusa, Tiago Patrício Gouveia, director do Museu do Caramulo. O responsável adiantou ainda que o Motorfestival "vai decorrer normalmente", estando "garantida toda a segurança do espaço para a realização do evento".
Concurso de fotografia
Pela primeira vez, os amantes da fotografia são chamados a mostrar os seus dotes com base nas estradas lusas. O 1.º Concurso de Fotografia Estradas de Portugal, organizado pelo Museu do Caramulo em parceria com a Estradas de Portugal, aceita participações até 15 de Outubro. O mote: “Estradas de Portugal - Um outro olhar”. Vale (quase) tudo: "estradas, pontes, viadutos e zonas adjacentes à estrada, e outros elementos históricos, culturais e sociais integrados nas estradas portuguesas". Os vencedores serão revelados a 1 de Novembro, as melhores imagens integrarão uma exposição e haverá prémios para os seleccionados pelo júri: um Grande Prémio (Relógio da TW Steel) e prémios (packs Odisseias e assinatura da revista O Mundo da Fotografia Digital) para os primeiros classificados em cada uma das três categorias em jogo (originalidade, qualidade técnica e mobile). Mais informações sobre o concurso aqui
