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A ELIP é a primeira bicicleta sem rodas redondas e uma invenção portuguesa

Por Sara Sampaio

“Nas bicicletas normais o ritmo da pedalada é sempre igual" mas nesta "vai variando ao longo do percurso”, explica o inventor Jacinto Oliveira que, aos 73 anos, vê a sua criação sob os holofotes.

Durante o Festival Bike Portugal, que ocorreu entre os dias 17 a 19 de Outubro, em Santarém, foram diversos os produtos desta categoria em exposição, contudo destacou-se uma bicicleta em particular.

A ELIP é uma bicicleta com rodas elípticas, ou seja, que não completam um círculo perfeito. A partir do momento em que esta bicicleta foi apresentada ao público pela primeira vez após três anos de desenvolvimento, o sucesso surpreendeu Jacinto Oliveira de 73 anos e gerente e técnico da Autoforense pela positiva.

A Autoforense, localizada em Ponte de Sôr, já existe há quinze anos, contudo o negócio debruça-se maioritariamente sobre a indústria automóvel. Ainda assim, durante cerca de três anos de investigação e trabalho, o projecto de criar uma bicicleta com rodas diferentes do habitual impôs-se como um objectivo que a empresa esteve determinada a cumprir.

A ideia surgiu há alguns anos fruto de uma questão paradigmática. “A roda foi inventada há milhões de anos e foi desde sempre redonda. Perguntei-me se a mesma seria sempre redonda, ou se não haveria outra hipótese”, explicou-nos Jacinto. 

Esta bicicleta permite aos seus ciclistas uma experiência de condução semelhante à fornecida pelas bicicletas comuns. Contudo a excentricidade do movimento é corrigida graças à nova tecnologia patenteada da Autoforense.

Jacinto referiu que “nas bicicletas normais o ritmo da pedalada é sempre igual; já nesta o ritmo da pedalada vai variando ao longo do percurso”. Segundo o gerente da Autoforense, a variedade do ritmo da pedalada contribui para uma redução da fadiga muscular, devido ao esforço variado que ora vai aumentando ou diminuindo.

As vantagens

Além dessa característica, a ELIP permite ao ciclista um maior controle sobre as rodas da frente e as rodas de trás. Estas partes da bicicleta, devido à sua forma, têm uma maior aderência ao terreno.

Jacinto acredita que, devido a essa mesma característica, a roda elítptica poderá ter interesse em áreas que não aquelas relativas às bicicletas, tais como máquinas agrícolas e equipamentos militares. Contudo o projecto escolheu debruçar-se sobre as bicicletas porque eram "um meio que estava ao alcance para demonstrar a eficiência destas rodas".

“É uma bicicleta de baixa velocidade, serve como bicicleta de corrida, de passeio, para ir para o emprego, etc. Esta bicicleta, ainda assim, tem um comportamento igual às outras”, expôs-nos Jacinto, sumariando a sua invenção.

Este projecto contou com o co-financiamento da parte do INALENTEJO do QREN (Quadro de Referência Estratégico Nacional), através do FEDER (Fundo Social de Desenvolvimento Regional). Teve ainda o apoio científico e tecnológico do LINE.IPT (Laboratório de Inovação Industrial e Empresarial do Instituto Politécnico de Tomar).

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