Fugas - Viagens

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Little Lisbon: estas cidades são para miúdos

Por Luísa Pinto

Um peddy paper em Alfama, uma caça ao azulejo na Mouraria, uma busca aos padrões na calçada portuguesa. Sim, há uma agência de viagens que desenhou visitas à cidade de Lisboa a pensar primeiro nos miúdos. E os graúdos agradecem.

A ideia não é entreter as crianças enquanto os pais palmilham uma cidade e lhes procuram os pontos que viram nos guias turísticos e em fotografias nas redes sociais. Pelo contrário, a proposta que faz a Little Lisbon  - Lisbon For Kids, é envolver toda a família em actividade que foram inicialmente pensadas para crianças mas que terminam numa experiência gratificante (e entusiasmante) para miúdos e graúdos.

A Little Lisbon – Lisbon for Kids  existe oficialmente há quase dois anos e meio, mas na cabeça de Mariana Sargo, a arquitecta paisagista que a fundou, começou a surgir bem mais cedo. “Foi depois de ser mãe que comecei a procurar este tipo de produtos, e em Portugal não os encontrava. Acabou por surgir a oportunidade, e agora já tenho quatro colaboradores a trabalhar comigo de forma a garantir resposta a todas as solicitações”, explica. As visitas podem ser feitas em inglês, espanhol, alemão e, claro, em português.

Mariana Sargo propõe-se a ajudar as famílias a traçar o seu próprio itinerário na cidade mas, admite, os serviços que mais procura têm na sua empresa são as visitas privadas que desenhou a pensar nas famílias. Programas como o “Lisboa essencial”, que passa pelas zonas da Ribeira das Naus, da Bica, do Bairro Alto ou o Chiado, ou o “Lisboa Alfacinha”, com passeios pelos bairros mais populares como a colina da Mouraria, o castelo ou o Bairro de Alfama, ajudam a conhecer a geografia; programas com temas como o terramoto de 1755 ou a Revolução dos Cravos ajudam a conhecer a história.

Cada um dos programas é atravessado por várias actividades distintas. O “Lisboa Alfacinha”, por exemplo, começa na Mouraria e implica uma subida ao castelo, passa por um pequeno peddy-paper em Alfama, uma caça aos azulejos na Mouraria, um passeio no eléctrico, uma paragem para comer um pastel de nata. Os turistas adoram — a família Wyld, composta pelos australianos Mark, Bec, Willow e Marley,  escreveu abundantemente sobre isso no seu blogue de viagens, para revelarem no final o quão espantadas ficaram as crianças com os quilómetros que palmilharam sem terem, sequer, dado por ela. Estavam de tal forma empenhadas em responder ao desafio de encontrar uma série de padrões diferentes na calçada portuguesa que tinham debaixo dos pés que nem se lembraram de se cansar.

Estes passeios podem ser realizados em qualquer dia da semana, duram entre três a quatro horas e têm um preço mínimo de 155 euros — é o “bilhete-família”, pensado para dois adultos e duas crianças; qualquer pessoa adicional pagará um extra de 15 euros. Para além destas propostas, desenhadas para quem está de passagem ou de visita na cidade, há outras actividades que são programadas com maior regularidade e que permitirão viver estas mesmas experiências, embora de maneira mais fragmentada — é perfeito para residentes, mas é também apropriado para programar visitas conciliando agendas, uma vez que a programação é conhecida com alguma antecedência. Por exemplo, para o dia 21 de Outubro está planeada uma visita-jogo ao Aqueduto das Águas Livres, numa actividade desenvolvida em parceria com o Museu da Água. E para 18 de Novembro está planeado um peddy-paper em Alfama. Estas actividades exigem inscrição prévia e custam 10€ euros por “família” (um adulto + uma criança), e cada participante extra paga seis euros.

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