Fugas - Vinhos

Paulo Pimenta

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Duas Quintas, um clássico duriense

Foi ainda um dos primeiros a agregar uvas de diferentes quintas em vinhos do Douro, prática que até então costuma ser associada unicamente ao vinho do Porto, misturando uvas de altitudes e sub-regiões diferentes. Práticas que conduziram à criação do Duas Quintas, vinho que acabou por se converter num dos símbolos da revolução dos vinhos do Douro.

Na versão clássico, o Duas Quintas assumiu o papel de guardião de refúgio seguro, vinho consistente e muito bem executado, vinho sólido e supinamente equilibrado. Na verdade, o Duas Quintas é um dos poucos vinhos do Douro com história para contar, com um percurso, idade, vivência, mundo e estatuto que afiança que os vinhos do Douro sabem envelhecer em beleza. Na versão Reserva, o Duas Quintas elevou-se à condição de estrela e imagem do estilo poderoso, selvagem e majestoso do Douro.

Os vinhos congregam uvas da heróica Quinta da Ervamoira, no Douro Superior, com uvas da famosa e mais tranquila Quinta dos Bons Ares, junto ao rio Torto. Se a Ervamoira acrescenta a base, a seriedade, estrutura, maturação, densidade e o balastro do Duas Quintas, os Bons Ares acrescentam frescura, carácter e acidez, o nervo e a tensão da fruta que avivam e espicaçam o vinho. Vinhos de uma consistência estilística e qualitativa impressionante.

 

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