Fugas - Vinhos

Paulo Ricca

Jorge Serôdio Borges é o enólogo do ano para a Revista de Vinhos

Por Fugas

Jorge Serôdio Borges foi eleito “Enólogo do Ano” da 20.ª edição dos prémios da Revista de Vinhos.

Criador de um dos ícones do Douro contemporâneo, o Pintas, tido como um dos mais brilhantes representantes da “Escola da UTAD” (a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro), Jorge Serôdio Borges, 44 anos, obtém assim a consagração da sua carreira com o prémio mais reconhecido do país — “Os Melhores do Ano” da Revista de Vinhos são igualmente designados como “Óscares do Vinho”. 

Num prémio que pretende distinguir uma carreira, (precisamente chamado “Senhor do Vinho”), a escolha coube a João Portugal Ramos, uma das personalidades-chave da vaga de modernização do vinho nacional nos últimos 30 anos. Enólogo e consultor, empresário e investidor, João Portugal Ramos foi não apenas autor de grandes vinhos mas de grandes projectos capazes de os projectar.

Se a escolha do enólogo e do “senhor do vinho” são, por tradição, os momentos mais altos da cerimónia de entrega de “os Melhores do Ano”, que decorreu esta sexta-feira na Alfândega do Porto, as categorias dos prémios de excelência abarcam as principais áreas do sector. A começar, há uma distinção para o enólogo do ano nos vinhos generosos, que este ano coube a Carlos Alves, de 34 anos, uma estrela em ascensão na arte de fazer lotes de vinho do Porto. O jovem enólogo fez carreira na Sogevinus (marcas como a Cálem, Kopke ou Burmester) e, numa arte que exige anos de experiência, conseguiu destacar-se por um nítido acréscimo de qualidade dos Porto da casa.

Ainda no vinho do Porto, a empresa do ano foi a Ramos-Pinto, que este ano vive uma fase de transição com a passagem de testemunho de João Nicolau de Almeida para Jorge Rosas. Para lá da excelência dos seus blends de 10 ou 20 anos, a empresa surpreende com os seus Vintage — o de 2014 foi eleito pela Fugas como o melhor do ano. Já ao nível dos vinhos tranquilos, o prémio da “Empresa do Ano” foi para Nuno Cancela de Abreu, viticultor e enólogo que lidera a Sociedade das Boas Quintas. 

O Produtor do Ano coube aos alentejanos da Herdade da Malhadinha Nova, cujos vinhos são assinados por Luís Duarte. Ainda no Alentejo, a Adega Cooperativa de Borba ganhou a distinção para a “Cooperativa do Ano”e a Comissão Vitivinícola Regional o galardão de “Organização Vitivinícola de 2016”. Quanto ao Produtor Revelação, a escolha coube ao projecto da dupla Lima & Smith no Douro (a Quinta da Boavista), o Prémio Viticultura foi entregue à Aveleda, o de “Identidade e Carácter” dividiu-se entre os projectos C2O e o V Puro. O Sommelier do ano é Rudolfo Tristão e o Wine Bar eleito foi o Wine Quay Bar, no Porto. Já a Garrafeira premiada foi a Cave Lusa, de Viseu.

Na área da gastronomia, Miguel Castro Silva volta a dar cartas e a afirmar-se como um chef de mérito inquestionável ao ganhar o Prémio David Lopes Ramos, (foi jornalista do PÚBLICO e é também o patrono das novas gerações de críticos e jornalistas). O restaurante eleito foi o Mesa de Lemos, em Silgueiros, e na comida tradicional o Gaveto, de Matosinhos. A Loja Gourmet eleita foi a Manuel Tavares, de Lisboa e, finalmente, o Prémio para o Enoturismo foi entregue ao Monverde Wine Experience Hotel, na Lixa, Felgueiras.

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