Fugas - motores

Jeep Wrangler: Alma urbana, coração na terra

Por Luís Filipe Sebastião

Longe vão os tempos dos Willys da II Guerra Mundial, que a Jeep recorda com a inscrição "since 1941". Mas, em tempo de paz que se quer duradoura, o Wrangler mostra que continua pronto para todos os caminhos.

A Jeep resolver fazer um pequeno facelift ao Wrangler, mas as alterações incidiram principalmente no interior, tanto ao nível dos revestimentos e construção como no capítulo mecânico. O turbodiesel de 2.8 litros montado no clássico jipe debita agora 200cv de potência, à custa de menos consumos, e com preço na versão de duas portas ligeiramente abaixo de 30 mil euros.

O aspecto exterior da actual geração do Wrangler, lançada em 2007, em nada foi alterado com a nova edição do famoso todo-o-terreno da marca norte-americana. Os clássicos faróis circulares, as sete barras verticais da grelha e o pára-brisas rebatível permanecem intocáveis, como prova de que há elementos que resistem ao passar do tempo. No entanto, para quem não se der por satisfeito com a tradicional capota em lona de origem, pode optar pelo hard-top em preto (1000 euros), porventura associado a uma utilização mais desportiva, ou agora pintado na cor da carroçaria (1500 euros), para um uso mais urbano.

No interior, para além de novos plásticos mais agradáveis ao tacto, estão disponíveis novos elementos de conforto, como os bancos em pele aquecidos (1500 euros), retrovisores eléctricos e comandos do rádio e do cruise-control no volante. O tablier foi redesenhado e, no geral, os principais comandos estão facilmente acessíveis. A excepção vai para a colocação do botão dos quatro "piscas" numa posição muito baixa, atrás do comando da caixa de velocidades, obrigando a alguma rotina para se accionar rapidamente as luzes de emergência em caso de necessidade imprevista. Também daria jeito uma solução para arrumar o casaco, principalmente na carroçaria de duas portas.

O principal trunfo do novo Wrangler reside, porém, no renovado bloco 2.8 CDR, que passou de 177 para 200cv de potência. O binário subiu para 410 Nm, quando associado a uma transmissão manual de seis velocidades, ou para 460 Nm, no caso da caixa automática de cinco relações (com um acréscimo de 1000 euros). A tracção traseira pode passar a integral (manualmente) e as redutoras asseguram a transferência da força motriz às quatro rodas de forma a transpor troços mais trialeiros, vincando a faceta todo-o-terreno deste jipe. A robusta suspensão de eixos rígidos pode ser posta a toda a prova e beneficia, na versão Rubicon, do bloqueio do diferencial. A barra estabilizadora da frente pode ser desactivada, aumentando as capacidades fora de estrada, assim o permitam os ângulos máximos de ataque (38,1 graus), de saída (31,3) e ventral (24,9).

O programa electrónico de estabilidade (ESP), com controlo de tracção, o sistema anti-capotamento e os airbags frontais de abertura faseada estão incluídos no equipamento de segurança. A montagem do filtro de partículas e o novo sistema que pára o motor Idle Stop&Go, disponível com caixa manual e automática, ajuda a conter os efeitos nocivos para o ambiente e reduz os consumos na ordem dos 20 por cento. A carroçaria de duas portas possui dois níveis de equipamento (Sport e Rubicon), assim como a de quatro portas (Sahara e Rubicon). Os preços variam entre os 29.937 euros (Sport Pick Up, dois lugares) e 42.637 euros (Rubicon Pick up, cinco pessoas). Estes valores podem subir com uns quantos extras de conforto e personalização.

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