O Citroën e a carrinha Renault, dois modelos icónicos da indústria automóvel francesa, tinham tudo aquilo que o professor jubilado da Universidade do Porto procura num carro: "Eram muito funcionais, bonitos e descontraídos", para além de "não andarem depressa". Curiosamente, foi no interior de um "2CV" que o arquitecto, hoje com 71 anos, experienciou os limites máximos da liberdade e da prisão. "Foi o meu primeiro carro e foi nele que a PIDE me levou para a prisão." Eis a verdade: "Tenho paixão por um carro que me prendeu."
Hoje, Alves Costa tem uma carrinha Volvo. Com a idade, diz, vem o desejo de ter "conforto", um elemento que agora valoriza num automóvel. "Tendo em conta as minhas necessidades de percurso, preciso de um carro com maior rendimento." Na verdade, o arquitecto não gosta de conduzir. A única excepção é feita aos fins-de-semana, em regime "lúdico" e sem horários.
Para ir às obras ou a Coimbra, onde também dá aulas, opta, sempre que pode, pelo comboio. "Liberta-me mais. Posso ler, dormir e é menos perigoso." Quando realmente não tem outra hipótese, e lá tem de ceder à condução, há apenas uma coisa que o arquitecto não dispensa: a música. Sempre alta, muito alta. A rádio é a Antena 2 - "falam pouco" - o cd... "O último foi Velvet Underground. Fui para perto de Foz Côa e parecia que estava no céu."
Mais
Alexandre Alves Costa: A paixão por um carro que nos prende