Fugas - motores

Pedro Cunha

José Diogo Quintela: Resolvia dois problemas

Por Sara Dias Oliveira

O carro de David Hasselhoff na série televisiva Knight Rider, que tanto furor provocou na década de 80, é o veículo de eleição de José Diogo Quintela, humorista do Gato Fedorento.

O carro de David Hasselhoff na série televisiva Knight Rider, que tanto furor provocou na década de 80, é o veículo de eleição de José Diogo Quintela, humorista do Gato Fedorento. Kit circulava no pequeno ecrã como uma viatura com personalidade vincada que ajudava a combater o crime. "Um carro que anda sozinho e que fala resolve os meus dois maiores problemas com a condução: estacionamento e adormecer em percursos com mais de 30 minutos", explica.

Seja como for, José Diogo tenta não dar grande importância aos automóveis. "A minha relação com os carros não é nem afectiva, nem pragmática. Não tenho relações com máquinas envoltas em chapa, procuro não lhes dar confiança."A primeira vez que conduziu foi na primeira aula de condução. Nesse dia, sentiu que o instrutor torceu o nariz e, mais tarde, que ficou muito espantado quando lhe disse que tinha passado no exame. "Vê-se que acreditava em mim". Ou não. "Mas também pode ter sido por pirraça: uma vez, numa aula, passei por cima de um buraco, furou-se o pneu e o instrutor teve de mudá-lo. E, como estava a chover, eu fiquei dentro do carro".

O primeiro automóvel que lhe passou pelas mãos foi um Fiat Panda muito usado. "A sua principal característica era poder-se reclinar completamente os bancos". Possibilidade pouco aproveitada dado o estado da viatura. "O banco de trás era um pedaço de lona pendurado em dois veios de ferro. O tablier era também um saco de lona". E o Panda não pegava de manhã se houvesse o mínimo de humidade à noite, sobretudo entre Setembro e Maio. José Diogo teve de aprender a lidar com ele. "Tinha de pulverizar o motor com Bala, um produto que associo a milagres", recorda.

Neste momento, diz que conduz um Aston Martin. "Escolhi-o porque permite impressionar as pessoas". E deixa um conselho: "Na hora da compra, o mais importante é não pensar muito nisso. O conforto depende disso." As filas de trânsito não o perturbam. Tem tido a sorte de contornar o pára-arranca, mas percebe quem se chateia por causa da espera. "A não ser que sejam taxistas: um taxista que refila com o trânsito é como um médico que se queixa por as pessoas apanharem constipações."

--%>