Fugas - motores

Daniel Rocha

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Toyota Verso S 1.3 D4D Exclusive: O milagre do espaço

Lá dentro, boas notícias, com materiais agradáveis (embora haja alguns que não parecem grande coisa, como o plástico rígido de algumas zonas do tablier) e uma montagem que promete não se deixar bater pelo mau piso das estradas portuguesas. Mas mais importante do que tudo isto é que há bastante espaço. Nos lugares traseiros, conseguiu-se criar uma excelente área para as pernas. A bagageira é grande e tem um espaço muito utilizável por baixo do tapete. Lamentavelmente, esse compartimento deveria conter um pneu suplente...

O condutor está numa posição elevada, como convém num monovolume, mas isso é conseguido à custa de uma posição de condução pouco agradável.

Talvez esse pormenor perca importância com o hábito, mas uma coisa não melhorará com o tempo: a insonorização é bastante má, não só devido ao ruído do motor, mas também ao sopro do vento nos retrovisores laterais.

São prós e contras, como se encontram em todos os modelos.

Neste, como argumento final, há que considerar o elevado nível de equipamento (ecrã táctil, câmara de estacionamento traseira, airbag de joelhos para condutor...).

Apesar de se lamentarem algumas ausências como os sensores de chuva e luminosidade, bem como o tecto panorâmico, não disponível em Portugal fica bem justificado um preço que, por si só, não assusta a concorrência.

A caixa não é muito rápida nem um portento de suavidade. Mas esses pergaminhos também não costumam aparecer neste segmento... O que interessa destacar é o bom toque (acabamentos em pele na alavanca) e correcto escalonamento, com as primeiras mudanças mais curtas e as outras longas. É claro que, com o carro carregado (e um motor pequeno), torna-se necessário usar a caixa em recuperações mais exigentes. Não há milagres. A colocação da alavanca num plano sobrelevado marca pontos em termos ergonómicos.

Surpreendente

Sentar três adultos nos bancos traseiros não é coisa que se aconselhe para viagens longas.

Mas encontrar mais de 60cm de espaço para as pernas num pequeno carro como este é francamente surpreendente.

O espaço interior é uma das grandes virtudes deste modelo e ganha ainda contornos mais incríveis quando contabilizamos os 430 litros da bagageira um valor notável, mesmo sabendo que é conseguido à custa da não colocação de pneu suplente.

Desagradável

E é exactamente por causa da boa solução para a caixa que o resto parece mal pensado. O banco está numa posição bastante alta, o que melhora a visibilidade.

Mas o volante, por mais que se regule, anda sempre lá por baixo.

E puxar o travão de mão exige um dinâmico mergulho sobre o braço direito para segurar a alavanca.

A médio prazo, o hábito vencerá estas reticências iniciais, mas será sempre desagradável sentir o volante "entre os joelhos"...

Prático

A noção de monovolume atiranos para um universo de grande modularidade a bordo, mas isso é uma miragem quando falamos de um carro deste tamanho. Neste segmento, o que conta mesmo é a capacidade para simplificar a vida aos utilizadores. E, nesse pormenor, o sistema de rebatimento dos bancos traseiros é exemplar: um manípulo na bagageira e já está. Boa nota também para a preocupação de criar espaços para arrumos um pouco por todo o carro (são 19, ao todo).

Barómetro

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