Como "um carro tipo um Ford de 1948, do género Bonnie y Clyde com a história toda dos assaltos", especifica.
Sem as rajadas de balas, os roubos a bancos, bombas de gasolina e lojas da dupla norteamericana que aterrorizou a polícia nos tempos da Grande Depressão, Nuno transformaria este Ford de 48 num carro eléctrico. Alcançamos, de novo, o seu ideal. Assim como faria evoluir o Peugeot 206 comercial que tem, actualmente, para um Peugeot 206 híbrido.
Bem vincada a preferência pela vertente ecológica, explica que o seu veículo é discreto e conduz-se muito bem. "É um carro à minha medida", confirma. Sem grandes paixões pelas quatro rodas, Nuno diz que o automóvel que elege tem apenas que obedecer a algumas características essenciais: pequeno, fácil de conduzir, com boa arrumação. E para quê esta arrumação? "Para poder levar a tralha toda: as guitarras, os megafones, os tripés e câmaras de filmar, tudo o que necessito na minha profi ssão." Assumindo-se como um condutor "tranquilo e civilizado", Nuno diz não apitar com a agressividade de muitos, conduzir devagar e, claro, respeitar o código da estrada. Irrepreensível, seja Jel, o Neto dos Homens da Luta, ou Nuno Duarte, explica não gostar de carros e conduzir apenas devido à necessidade óbvia de deslocar-se.
E, nestas deslocações diárias, o seu carro apresenta, ao olho atento, uma característica especial.
É-nos explicado porquê: "há um ano e tal" arrombaram a fechadura do lado da porta do passageiro, na rua da Graça, em Lisboa. Desde aí, o carro de Nuno viaja sem fechadura e, ao que parece, não houve mais nenhum problema.
"Um dia que alguém precise de dar uma voltinha, pode levá-lo facilmente", diz, entre risos.