Inserido na política Pure Drive de produção de carros com baixos consumos e emissões, a Nissan introduziu no recente Micra um novo motor a gasolina com consumos e emissões de um carro a gasóleo. A Fugas esteve na sua apresentação.
Pub
Há 9 meses, a Nissan lançou a 4.ª geração do Micra, com um único motor 1.2, a gasolina, com três cilindros e 80cv, que, com caixa manual de 5 velocidades, regista 170 km/h de velocidade máxima e uma média de consumos e emissões de 5,0 l/100 km e 115 g/km de CO2. Agora, prepara-se para lançar uma variante desse bloco, que chega a Portugal em Setembro e custa mais mil euros, dotada de turbo e injecção directa, 98cv e que, com caixa de velocidades manual, tem médias de 4,1 l/100 km e 95 g/km de CO2, atingindo os 180 km/h.
A nova variante é designada por Micra DIG-S (Direct Injection Gasoline-Supercharged – Injecção Directa a Gasolina Sobrealimentado) e o propulsor tem consumos equivalentes ao de um motor a gasóleo de potência igual ou inferior e as prestações de um bloco 1.5, a gasolina. Além disso, emitindo menos partículas e óxidos de azoto do que um carro a gasóleo, é também cerca de 15 por cento mais barato.
Esta redução nos consumos e emissões com melhoria de performance foi conseguida através de várias medidas: o motor de 3 cilindros tem cerca de menos 30 por cento de fricção ao funcionar do que um equivalente de 4 cilindros; a taxa de compressão é de 13:1 (normal 10:1), o que se traduz em mais energia térmica convertida em energia cinética; tem recirculação e reaproveitamento dos gases de escape; houve mexidas na árvore de cames e no funcionamento das válvulas; traz de série um sistema Start & Stop, de paragem e arranque automático do motor; e o alternador, regenerativo, só entra em funcionamento quando é necessário carregar a bateria.
Houve também modificações na carroçaria para melhorar a aerodinâmica, que apresenta agora um coeficiente de resistência de 0.29 Cd, nomeadamente através da montagem de spoilers à frente e atrás. Para além dos reduzidos consumos e emissões, com melhoria da performance, o Micra DIG-S tem um raio de viragem de 4,65 metros, o que facilita as manobras em espaços apertados.
Embora ainda não se conheçam as diferenças entre o equipamento dos 3 níveis (Visia, Acenta e Tekna) do DIG-S em relação ao Micra normal, sabe-se que, entre outras coisas, de série ou em opção, estarão disponíveis climatizador, sistema de navegação com ecrã táctil, conexões USB e I-pod, Nissan Connect (sistema de informação e entretenimento) e Park Assist (estacionamento semiautomático em paralelo).
O lançamento desta variante do Micra insere-se na política de redução de consumos e emissões da Nissan. Partindo de uma média de 180 g/km de emissões de CO2, em 2000, para toda a sua gama, a média actual é de 140 g/km para os 24 veículos da Nissan (um dos fabricantes com uma gama mais vasta de modelos) e as metas são de 122 g/km de CO2 em 2016 e 95 g/km em 2020.
Isto é conseguido por duas vias. Por um lado, o programa de zero emissões tem o carro eléctrico Nissan Leaf como ponta-de-lança, com quase 8000 unidades já vendidas a nível mundial (5000 no Japão, 2200 nos EUA e 500 na Europa). A tecnologia do Leaf irá estender-se a outros veículos, como o comercial ligeiro NV-200 em 2013.
Por outro lado, a Nissan dispõe do programa Pure Drive de redução de emissões em veículos convencionais, com critérios cada vez mais apertados. A classificação Pure Drive era atribuída a veículos com emissões iguais ou inferiores a 140 g/km de CO2; em 2011 baixou para 130 g/km; e em 2013 reduzir-se-á para 120 g/km de CO2. Neste momento, versões do Qashqai, Juke, Note, Micra e Pixo já cumprem com os critérios para receberem a designação Pure Drive.
Ficha Técnica*
Motor: 1198cc, 3 cil., 12V, com injecção directa de gasolina e turbo
Potência: 98cv
Binário: 142 Nm às 4400 rpm
Transmissão: caixa manual de 5 velocidades
Veloc. máxima: 180 km/h
Aceleração 0 a 100 km/h: 11,3s
Consumo médio: 4,1 l/100km
Emissões de CO2: 95 g/km
Preço: Desde 12.990 euros
* Dados do construtor para o nível de equipamento Visia; nos níveis Acenta e Tekna, consumos e emissões sobem para 4,3 l 100 km e 99 g/km de CO2; com caixa CVT de variação contínua, as performances, consumos e emissões pioram