Fugas - motores

Boss AC: Um carro que deu problemas e lhe ensinou o que custa ter um

Por Maria João Lopes

Boss AC acha que o carro da sua vida ainda vem a caminho. Mesmo assim, se tivesse de destacar um, a escolha recairia sobre o primeiro que comprou, um Rover 416 Vitesse "cinza prata", com 10 anos. Ensinou-lhe logo, "em pouco tempo", que "manter um carro podia ser mais dispendioso do que comprá-lo".

Deu-lhe toda a espécie de problemas que um carro pode dar. O rapper ainda se aguentou dois anos com ele, mas depois mudou e "para muito melhor": a sua primeira máquina "zero quilómetros", um Renault Clio verde de 98.

O cantor admite que gosta "muito" de conduzir e que até o faz "como terapia". Mas isto não quer dizer que se meta a caminho a 200 à hora: "Tenho muito respeito pela velocidade. De vez em quando acelero um pouco, mas só se estiver em auto-estrada e com condições para isso. Não sou acelera", garante. Significa, antes, que se senta ao volante por puro prazer, sem destino: "Apenas para ouvir música e descontrair.".

Conduzir é, aliás, uma parte do processo criativo de Boss AC, uma vez que as suas músicas só são por si aprovadas "depois de passarem pelo carro". "É onde decoro as letras", conta.

Quando não está a criar ou a trabalhar num álbum, escolhe outras bandas-sonoras: "A escolha recai essencialmente sobre R&B, soul, bossa nova, mornas e afins." São, regra geral, canções calmas: Boss AC tem consciência de que a música e o volume condicionam a condução, e é melhor não arriscar: "Para mim seria difícil conduzir nas calmas a ouvir heavy metal aos altos berros", graceja.

Também não gosta nada - "detesta" mesmo - conduzir à chuva. Prefere fazê-lo à noite na cidade e de dia em auto-estrada. Tem um fraquinho por carros grandes, mas curiosamente um dos que mais gostou de ter foi um smart fortwo: "Pequeno, mas de coração grande", descreve. Sabe "apreciar um bom carro": "Não sou obcecado por carros mas como passo muito tempo em viagens de carro, tenho algum cuidado a escolhê- los", justifica.

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