Mas, diga-se já, se há carros da BMW em que o argumento do preço não assume grande relevância este tem de ser incluído na lista. A unidade 320d Luxury testada pela Fugas custa, de base, pouco mais de 45 mil euros, uma verba elevada mas que não destoa do panorama geral. A Mercedes (C Station 220 CDI BE) chega quase aos 47.700€, a Audi (A4 Avant 2.0 TDI 177cv) aproxima-se dos 44 mil. E mesmo marcas menos "nobres" andam por perto: a Passat Variant sai por 42.850€, a Honda Accord Tourer sobe para 45.450€, a Opel Insignia consegue baixar dos 42 mil e a Renault Laguna III Break atira-se para os 46.400€.
Não é um mundo fácil, portanto. O que complica o cenário no caso da BMW é a lista de extras que precisamos de pagar à parte - a unidade de teste estava "dopada" com mais quase 13 mil euros de equipamento, incluindo alguns items que deviam ser de série. Eis alguns exemplos. O Pack Conforto - Condução custa 1073€ e inclui apoio de braço dianteiro amovível, sensores de estacionamento traseiros, sensor de chuva e de luz, cruise control com função de travagem e preparação Bluetooth + Interface USB. Tirando o cruise control evoluído, tudo o resto é equipamento que um carro deste nível tem de oferecer sem custo extra.
E o desagrado vai ainda mais longe quando percebemos que há que pagar 854€ por um Pack Conforto - Interior que disponibiliza "extravagâncias" como um pacote de compartimentos de arrumação, ar condicionado automático, kit de luzes e apoios de cabeça traseiros rebatíveis... Se quiser fumar, paga 26 euros pelo isqueiro. Se precisar de desactivar o airbag do passageiro, são mais 34 euros. E por aí fora. Tudo somado, a viatura de teste chegava praticamente aos 61 mil euros.
Dez, nove, oito, sete... (Respirar fundo...), seis, cinco... Vamos acalmar. Pronto, já se foi a irritação e agora podemos sentar-nos ao volante. A atmosfera a bordo é familiar e francamente mais simpática em termos de espaço. Boa posição de condução, visibilidade agradável, comandos intuitivos e ao dispor. Vamos a isto.
Primeira impressão: a direcção parece ainda melhor, o chassis disfarça muito bem o tamanho do carro. Seria uma condução de sonho não fosse a sensação de que a caixa de velocidades não está completamente à altura do resto do conjunto. Ou melhor: apesar do seu desempenho escorreito e competente, parece um bocadinho áspera, quanto mais não seja porque a recordação da transmissão automática de oito velocidades que equipa outros modelos da marca não nos deixa apreciar devidamente o que temos em mãos. É um daqueles casos em que o bom é inimigo do óptimo. Ou vice-versa.