Fugas - motores

  • Bruno Lisita
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Uma ode (bem espaçosa) à segurança e à tecnologia

Por Carla B. Ribeiro

O grande SUV da Volvo renasceu numa nova geração que privilegia a segurança e o conforto.

Nem um morto ou mesmo um ferido grave dentro dos seus carros. É esse o objectivo da sueca Volvo até 2020 e o novo XC90 é um bom exemplo de como a marca pretende atingir tal ambição, ao propor de série, desde a versão mais básica, as mais avançadas tecnologias de segurança activa, que incluem os sistemas inovadores de protecção para saídas de estrada e de travagem automática para cruzamentos.

E, avaliado pelo organismo independente Euro NCAP, o XC90 conseguiu a proeza de obter o resultado de 100% nos dispositivos auxiliares de segurança. Na protecção dos ocupantes adultos, o Euro NCAP atribuiu 97%; na das crianças, 87%; e na dos peões, 72%. Tudo junto, somou cinco estrelas com distinção.

A realidade é que no interior do seu habitáculo sentimo-nos como que num tanque de guerra, protegidos dos demais, embora o conforto se assemelhe mais ao sofá de casa — além de muito espaçoso (até os últimos dois lugares, habitualmente reservados para crianças pequenas, admitem que dois adultos sigam viagem com relativo conforto), os assentos destacam-se pela qualidade dos materiais usados e todo o ambiente remete para uma sensação de luxo.

Para o condutor, no entanto, o que mais impressiona não deixa de ser precisamente os sistemas de segurança que o apoiam a cada instante. A começar pelo sistema que permite, até aos 50 km/h, ajustar a condução do carro à viatura que segue à nossa frente — é como se o carro se autoconduzisse. Além disso, o cruise control gere sozinho o ritmo da velocidade do carro, acelerando quando a viatura da frente acelera e desacelerando quando à nossa frente se dão processos de travagem. Isto sem que o condutor necessite sequer de pensar em usar os pedais. Tudo se organiza, de acordo com as suas vontades, mas com o mínimo da sua interferência.

Com câmaras à volta de todo o carro, o difícil é perder pitada do que se passa, além de o assistente de estacionamento automático se revelar útil, o que nem sempre acontece. Mais: tirando proveito de uma tropa de sensores, bem distribuídos e estrategicamente colocados, a viatura detecta sem a nossa ajuda a presença do que quer que seja na estrada: peões, animais, ciclistas, outros automóveis. E reage em consonância. À noite, a iluminação está estudada para que se consiga ter um raio alargado de alcance sem prejudicar a condução dos outros. Assim, os faróis são capazes de criar zonas escuras quando encontram um carro: quer à sua frente, quer em sentido oposto.

Por tudo isto, é fácil — como o foi para nós — conseguir apreciar a condução sem outras preocupações em mente. Aliás, é fácil constatar que este XC90 é, acima de tudo, um descanso para quem segue ao volante, que beneficia de uma excelente posição, alta e com uma visão desafogada de todos os ângulos, e de uma direcção que nos faz duvidar das mais de duas toneladas que arrastamos, destacando-se pelo facto de ser leve mas sobretudo pela sua precisão. Apenas a vista do vidro traseiro pode ser penalizada se as filas traseiras forem preenchidas. Ainda assim, não se trata de um defeito que se possa apontar.

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