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  • Paulo Ricca
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Páscoa em Santarém

Por Augusto Küttner de Magalhães

Mais uma Páscoa a preço económico, desta feita em Santarém. Minha mulher e eu, chegados na sexta-feira, deixámos os tróleis no pequeno hotel, depois de termos comido sanduíches, fruta e bebido água, comprados numa das lojas de uma das duas grandes cadeias alimentares que temos em o país.

Tudo o resto fechado, entre restaurantes, lojas e monumentos. Demos uma volta a pé pela cidade com a intenção de facilmente encontrar o Posto de Turismo, uma vez que não conseguimos obter quaisquer indicações no hotel do que visitar. Tivemos que recorrer ao posto da PSP, onde cordialmente nos deram algumas informações genéricas sobre o que visitar em Santarém, bem como onde ficava o Turismo – tão perto e impossível de encontrar quer por não haver sinalização a indicá-lo, quer por o próprio espaço, por onde já havíamos passado, não ter indicação exterior suficiente para ser reconhecível.

Lá chegados, uma colaboradora muito competente, conhecedora e simpática deu-nos todas as explicações necessárias do que  visitar em Santarém, bem como um mapa da cidade. Demos mais uma volta a pé, deixando para o dia seguinte as visitas interiores, dado que quase tudo que se encontrava fechado na Sexta- feira Santa. De automóvel fomos a Almeirim. Deserta, mas pareceu-nos agradável e acolhedora.

Sábado, andámos por Santarém sempre a pé. Visitámos a Igreja de Marvila, muito bem conservada, com uma grande variedade de azulejos nas paredes interiores. Passagem pelo exterior do Teatro Rosa Damasceno, com aspecto de curiosa arquitectura à época, mas em total abandono. De seguida entrámos nas Portas do Sol, um grande jardim com uma vista superior sobre Santarém e sobre o Tejo; uma visita ao Interatividade URBI Scallabis, onde, em imagens e textos acompanhados de peças à época, interactivamente, é possível conhecer a história de Santarém.

Depois, visita à Igreja e Convento Santa Maria da Graça. Seguidamente ao Mercado Municipal, espaço muito característico, no exterior com azulejos com desenhos alusivos à região, feitos por diversos artistas em 1932. Mais adiante a Igreja da Sé, recuperada pelo último QREN – segundo tabuleta no local! – mas estranhamente, ou nem por isso, fechada, sem o Turismo saber qual o motivo, ainda para mais na Páscoa.

Visita já possível ao Convento de São Francisco, onde no prospecto que nos foi facultado podemos ler: “Os franciscanos instalam-se em Santarém em 1240 fruto da sua expansão pela Europa e por consequência em Portugal. O convento foi mandado construir no reinado de D. Sancho II. Em 1834, após a extinção das ordens religiosas, recebeu a cavalaria, passando a integrar a Escola Prática de Cavalaria (EPC). Em 1917 foi considerado Monumento Nacional. A Igreja, tal como hoje se apresenta, é resultado da sucessivas remodelações.”

À noite de sábado, havia umas corridas a pé na praça central e só no final destas é que se iniciaram as cerimónias religiosas da Páscoa, na Igreja da Sé, finalmente aberta.

Domingo de Páscoa ida a Rio Maior, onde andámos a pé grande parte do dia. Cidade engraçada e ainda minimamente conservada, onde a junção do antigo com o contemporâneo foi conseguido. Mas, claro, a notar-se abandono pela não recuperação em devido tempo “do antigo”, face à necessidade de construir “novo”, mas também este já a necessitar de recuperação. Mesmo assim muito agradável de visitar, Rio Maior, e tendo tomado um almoço muito típico e muito bom, e a preços muito acessíveis.

Segunda-feira regresso ao Porto, com desvio por Leiria, e mais um passeio a pé pela cidade. Dá para pensar que este país, de Norte a Sul, de Este a Oeste, ainda tem muitas potencialidades no turismo, na habitação, nos serviços, no comércio, na indústria, nas novas tecnologias, quando todos nós quisermos fazer algo por ele, país, e não estando sempre e só à espera que faça tudo e nos dê tudo feito.

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