Fugas - dicas dos leitores

20 de Agosto de 2001, da Sobreda a Paris, França

Por José Alberto Silva dos Santos

A Vida é uma Viagem composta de várias Viagens, disso não tenham dúvidas e a minha Viagem ensinou-me que quando damos valor às recordações já é tarde demais porque a vida é composta por instantes.

Daí que enquanto houve e houver saúde, tempo e algum dinheiro para gastar nós optássemos por ver o mundo. E só Deus sabe o quanto intenso e apaixonado foi (e será) cada instante que eu, a Ana e a Andreia, fizemos e faremos nas nossas Viagens.

No distante ano de 2001 partimos para França, mais precisamente Paris, para fugirmos da decadente e afundada trivialidade cinzenta do quotidiano lusitano. Numa manhã bem cedo, de 17 de Maio de 2001, iniciámos em Almada esta nossa viagem na já extinta agência de viagens Nouvelle Frontiers, situada na Praça S. João Batista. Depois de muito vasculhar nas generosas ofertas, cedidas gentilmente pela Isabel B. lá efectuámos a sinalização da viagem. Ainda vigorava como moeda de pagamento o escudo português. A documentação era em português e em francês.

O aeroporto de destino em França foi o Aeroporto de Paris-Charles de Gaulle em Roissy-en-France. Roissy-en-France é uma comunidade francesa, nos arredores nordestinos de Paris, situada no departamento de Val-d’Oise na região de Île-de-France. Num mapa são vinte e cinco quilómetros de distância até ao centro de Paris.

No dia 2 de Agosto desse ano, à tardinha, com revigorado empenho, efectuámos o restante pagamento da nossa viagem a Paris na Nouvelles Frontieres.

Abri o diário e vai de anotar os primeiros dados da viagem. Bilhetes de avião: partida de Lisboa (LIS) para Paris (CDG) dia 20-08-2001 às 08h30m no voo AI935. O avião foi um Boeing 767 da companhia de aviação Aeris. A Aeris Airlines era uma transportadora aérea francesa, com base em Toulouse, no Hub do aeroporto de Toulouse-Blagnac, fundada em 1999 e extinta posteriormente em 2003 por dificuldades financeiras. Foi responsável por um importante contributo activo e positivo para o transporte aéreo de passageiros dentro do território francês continental.

Saímos de Lisboa bem cedo pela manhã, 07h50m, de 20-08-2001 e passados 2h30m estávamos a aterrar na Gália, no aeroporto Charles de Gaulle 1. Depois de andarmos “à nora” pelo aeroporto, com as bagagens, lá pelas 11h15m adquirimos os bilhetes do RER de Charles de Gaulle para o centro de Paris, mais propriamente para a gare du Nord. Oficialmente denominado RER d´Île-de-France, o RER da Ilha de França é um comboio ferroviário regional urbano que serve toda a região de Paris a partir do Charles de Gaulle. Custo dos bilhetes em 2ª Classe: eu e a Ana Maria, 50 FRF e a Andreia, 35 FRF. FRF era a sigla da moeda francesa à altura: Francos Franceses. O euro só viria muito mais tarde.

A título de curiosidade diga-se em bom abono da verdade que os bilhetes do comboio já tinham a título meramente informativo o seu preço em euros: 7,62€ os bilhetes de adultos, nosso caso, e 5,34€ os bilhetes de criança, caso da Andreia.

Meio-dia, mais coisa menos coisa, e depois de andarmos quilómetros pela linhas subterrâneas do Metro de Paris, chegamos ao solo da Gare du Nord, uma estação ferroviária no centro de Paris de uma extraordinária dimensão. É uma realidade inaugurada em 20 de Junho de 1846, com o trajecto Paris-Amiens-Lille, e lembro que em 2001 era um dos seis principais terminais ferroviários de Paris administrados pela SNCF, a Société Nationale des Chemins de Fer Français.

É um edifício em U localizado oficialmente no nº 112 de la Rue Maubeuge, no 10º Arrondissement (divisão administrativa) de Paris. Segundo dados da SNCF à data era a estação ferroviária mais movimentada da Europa e a terceira a nível mundial. Foi parcialmente demolida em 1860 e reconstruída para ampliação entre 1861 e 1865. Em 1960 são concluídas as primeiras ligações subterrâneas às linhas 4 e 5 do Metro de Paris.

Em 1994 chegaram a esta estação os primeiros comboios de alta velocidade, mais conhecidos por TGV, da Eurostar, ligando Paris a Londres atravessando o Canal da Mancha através do Eurotúnel, tornando Paris cada vez mais humano e desenvolvido. À saída da estação, na Praça Napoleão III, ainda me lembro, como se fosse hoje, do cheiro das brasseries parisienses das quais mais tarde iremos desfrutar.

“Só existem dois lugares no Mundo onde podemos ser felizes: em casa e em Paris.” (Ernest Hemingway, escritor norte americano, 1899-1961).

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