Fugas - Motores

A ecologia é boa mas faz-se pagar

Por Carla B. Ribeiro

É mais poupado, apresenta mais potência e é mais ecológico. Mas também mais caro: cerca de dez mil euros sobre o preço do mesmo modelo, a gasolina, sem o apoio do motor eléctrico. Fomos conhecer o Q5 2.0 TFSI Hybrid Quattro.

A Audi faz a sua estreia absoluta em modelos híbridos com o seu SUV (Sport Utility Vehicles) Q5. Os SUV vão ganhando cada vez mais expressão entre as preferências europeias, embora este, como salienta o próprio fabricante, esteja mais vocacionado para os mercados chinês e americano do que para o Velho Continente - e em Portugal, onde a procura gira muito em torno do diesel, deverá vir a ter uma expressão residual.

Trata-se do motor 2.0, a gasolina, que já equipava o Q5, mas agora em versão Hybrid graças ao apoio de um motor eléctrico que lhe garante melhores prestações, menor consumo e possibilidade de uma condução zero emissões. Isto é, aos 211cv do motor 2.0 TFSI Quattro, a gasolina, a Audi acrescentou um motor eléctrico com 54cv de potência. O resultado é uma potência conjunta de 245cv de potência e 480 Nm de binário. Valores que permitem a este Q5 atingir 100 km/h em 7,1s. Já o modo exclusivamente eléctrico garante até 3 km a uma velocidade constante de 60 km/h - o que sucede quando se selecciona o modo EV, pressionando um botão na consola.

O consumo misto anunciado é de 6,9 l/100 km e as emissões de CO2 de 159g/km. Mas é no circuito urbano que as vantagens do motor eléctrico são melhor exploradas, muito por causa da mais rápida recarga da bateria feita pelas travagens e desacelerações, com um consumo de 6,6 litros (a versão não híbrida regista 9,4 l/100 km). Em velocidade, a diferença entre os valores apresentados para as versões híbrida e não híbrida esbate-se.

O novo modelo vai aparecer no mercado luso, entre Outubro e Novembro, com um preço base entre os 64 e os 65 mil euros - um acréscimo que ronda dez mil euros ao preço actual do 2.0 TFSI Quattro, a gasolina, com caixa automática de sete velocidades. O Q5 Hybrid mantém a tracção às quatro rodas e surge com uma eficiente caixa automática de oito velocidades, a Tiptronic-8, sem conversor de binário, tendo este sido substituído por um motor eléctrico que também funciona como gerador e como motor de arranque - o que torna particularmente agradável a função start & stop, que desliga o motor sempre que o veículo é imobilizado e que passa quase despercebida.

O Audi Q5 Hybrid foi ainda revisto nos aspectos relacionados com a sua aerodinâmica, tendo sofrido um rebaixamento de 25 mm, e de carga, tendo a capacidade da mala passado de 530 para 480 litros - uma diferença de espaço, usada para armazenar o engenho eléctrico e baterias, imperceptível. No entanto, deixou de existir o pneu suplente, no modelo não híbrido alojado sob a bagageira, e o carro chega agora equipado apenas com um kit para reparar furos. A nível exterior, a principal diferença é nas jantes: chega equipado de série com jantes de 19 polegadas, sendo possível optar por umas de 20.


Lítio ao serviço automóvel

Uma das características que mais chama a atenção é o facto de o Q5 Hybrid ter sofrido pouco aumento de peso: pesa 1910 kg, apenas mais cento e poucos quilos do que o seu congénere não híbrido. Um feito conseguido pelo uso pouco convencional de baterias de lítio, mais comuns em pequenos aparelhos, como telemóveis ou computadores portáteis, do que em automóveis por aquelas revelarem grande sensibilidade às condições exteriores. A Audi, porém, desdramatiza, realçando o facto de este tipo de bateria ser mais fiável por não ter memória e consequentemente não viciar. Além disso, a marca garante que todas as ligações se encontram isoladas, anulando o risco de electrocussão.

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