Fugas - Motores

A maturidade de um campeão de vendas

Por Carla B. Ribeiro

Mais espaço, maior sentido prático e de precisão e com um preço razoável. Eis a fórmula mágica com que a Škoda pretende que a nova geração do seu líder de vendas, o Octavia, se afirme. Já a partir de Março.

É uma aposta em grande, mas cujo risco parece bem calculado. Se não, veja-se: o Octavia, a que a marca se refere como o seu “coração”, vendeu, em 2012, 930.200 unidades no mundo inteiro, isto é, mais 6,8% do que em 2011, o que representou 40% das vendas do construtor checo. Logo, o lançamento de uma nova geração, a 3.ª, chega em Março como uma lufada de ar fresco para este braço económico do grupo Volkswagen.

E, por falar em Volkswagen, a marca alemã é uma das que se poderá preocupar com este novo Octavia que segue a mesma linha dos seus antecessores: usa o que de melhor o lado alemão do grupo tem para lhe oferecer ao nível da tecnologia e promete juntar-lhe um preço acessível. E quanto será? Para já, os valores mantêm-se por revelar. Mas não é de desprezar o trabalho em prol da poupança. Primeiro, o peso do carro foi reduzido até 102 kg graças à utilização de aços mais leves. Depois, foram introduzidas várias melhorias nas motorizações, quer a gasolina quer a diesel, assim como um melhor coeficiente de penetração aerodinâmico que resultam em menores emissões e consumos.

Para a versão que a marca aponta como provavelmente a mais popular em Portugal — 1.6 diesel de 105cv, que pode ser equipado com uma desfasada caixa manual de 5 ou com uma automática DSG de 7 — a Škoda avança consumos de 3,8 l/100 km e emissões de 99 g/km (na versão GreenLine, valores ainda mais aliciantes: 3,4 l/100 km e 89 g/km).

Mas há mais opções disponíveis: casos do 1.2 TSI, a gasolina, de 105cv (caixa manual de 6) ou, de novo a gasóleo, do equilibrado 2.0 TDI de 150cv, a revelar um torque de 320 Nm (versão manual de seis velocidades ou versão automática DSG). Apenas por encomenda, estarão disponíveis os blocos a gasolina 1.2 de 86cv, 1.4 de 140cv e 1.8 de 180cv. No futuro, além de uma carrinha Octavia, são de esperar a variante desportiva RS e as versões de tracção integral.

Se os dois anteriores Octavia da era moderna já conseguiam surpreender pelos materiais usados e pela qualidade de construção, face à última geração, é de registar uma melhoria geral. Os plásticos mantêm-se, mas vários apontamentos em materiais nobres, assim como as opções dos tecidos para forrar os bancos, deverão atenuar algum estigma associado à marca que ainda resista.

A esta aposta na qualidade dos materiais, a Škoda junta-lhe uns pozinhos de soluções que descreve como “simplesmente geniais”: detalhes que contribuem para a funcionalidade e cujo tapete de face dupla a forrar a bagageira pode muito bem servir de exemplo: de um lado, borracha (para as enlameadas botas de montanha, os chapéus de chuva molhados...); do outro, carpete, onde se podem adaptar arrumações em rede ou em velcro.

O interior destaca-se ainda pelo espaço, algo que se deve à maior distância entre eixos de 10,8cm: ao nível dos joelhos, à frente, há mais 7,3cm e, atrás, mais 9,8cm.

Para os mais altos, o banco de trás não é o melhor que se encontra na sua classe, até pelo corte descendente do tejadilho, mas à frente a conversa é outra: cresceu 8mm de altura. Na bagageira, há 590 litros para ocupar (1580, com bancos rebatidos), beneficiados pelos cortes a direito.

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