Fugas - Motores

  • Tiago Machado
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Um puro-sangue sedento de muita palha

Para os passageiros, desde que os ocupantes se restrinjam a quatro, o Gran Coupé mostra-se bastante aprazível e confortável, além de espaçoso. Um quinto passageiro (há cinco cintos à disposição) só fará sentido em percursos muito curtos. E se, por um lado, o quinto lugar pode sempre desenrascar alguma situação, por outro dá pena que este quatro portas, até pela sua configuração (o chão traseiro é dividido por uma consola que permite controlar o ar condicionado automático), não se assuma como um quatro lugares. Já a mala é generosa, com capacidade para 460 litros (que podem crescer até aos 1265 com o rebatimento dos bancos traseiros).

Para terminar, as más notícias: o M6 Gran Coupé custa 162.400€ sem quaisquer extras. O que, na BMW, significa sem coisas tão básicas como conectividade para aparelhos móveis, Bluetooth e USB, monitorização da pressão dos pneus ou indicação do limite de velocidade. Já o testado pela FUGAS, com uma mão-cheia de opcionais, entre os quais sistema de travagem M em cerâmica/carbono, sistema de fecho automático das portas, luzes adaptativas em LED e sistema de som surround Bang & Olufsen, custava 203.739,02€, o que significa que só para extras há que despender 33.608,96€.

E não é apenas no custo inicial que o M6 Gran Coupe é pesado. No dia-a-dia, se se for misericordioso com o acelerador, o consumo fica pelos 16,5 l/100km, embora se utilizado o Low Speed Assistance, a BMW prometa consumos abaixo dos dez litros (emissões de CO2 de 232 g/km). Mas nada neste carro pede misericórdia. E são mais as vezes em que se usa o acelerador que o travão. Por isso, juntando percursos urbanos a asfalto de curvas ou rectas, é de esperar consumos na ordem das duas dezenas de litros por cada cem quilómetros.

Desportista
É logo no primeiro contacto com a frente que se pode compreender a veia desportiva deste Gran Coupé. A grelha, em forma de duplo rim como é próprio da marca de Munique, distingue-se pelo design próprio da família Motorsport, que inclui as letras “M6”, deixando antever a força que se esconde atrás dela. Não é à toa: a nova geração do M6 entra para a história da BMW como um dos seus carros mais rápidos: acelera dos 0 aos 100 km/h nuns vertiginosos 4,2s. E o difícil é não fazê-lo. Os 560cv pedem para ser usados. E pedem sobretudo estrada.

Personalizável
Não é preciso sujeitar-se a uma direcção leve só porque não se quer explorar motor e caixa. Assim como não é preciso acelerar de forma agressiva. Todos os parâmetros são configuráveis individualmente e à distância de pequenos botões, sabiamente localizados na consola central, em torno da manete da caixa de velocidades: no caso uma de dupla embraiagem M com Drivelogic. Melhor: é possível memorizar dois diferentes tipos de condução e alternar entre estes accionando apenas os botõezinhos e memória incrustados no volante.

Luxuoso
A veia desportiva não belisca a sua postura luxuosa. Primeiro, pelo espaço oferecido a quatro passageiros. Depois, pelo conforto dos interiores em pele (e, para o condutor, pela posição de condução devidamente configurável). Por fim, pelos mais ínfimos detalhes. Quer na maciez do forro do tejadilho, nas finas linhas cromadas que fazem o debruado dos mostradores ou no pesponto à vista, pelo tablier, pelos bancos, pela consola, pelas portas.

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