Fugas - Motores

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Funcional para a cidade, além de divertido e bem equipado

Por João Palma

O citadino da Hyundai, irreverente e bem equipado, desmente a asserção de que um veículo com um preço acessível tem de ser apenas um meio de transporte com um design cinzento, materiais e acabamentos básicos e equipamento rudimentar.

Há carros que à primeira vista causam boa impressão, mas que, à medida que os conhecemos melhor, mostram pontos negativos que corroem a sensação inicial. No caso do Hyundai i10, passa-se o contrário. É verdade que conduzimos a versão mais bem equipada, Style, com o motor tricilíndrico de 998cc e 66cv. Mas de um veículo que custa 12.590€ (preço de campanha até 30 de Março, incluindo sensores de estacionamento e roda de emergência) não se espera que ele seja mais que um mero meio de transporte.

Essa ideia inicial começa a desfazer-se quando entramos pela primeira vez no carro e nos deparamos com um habitáculo em dois tons, um design elegante do tablier com o ecrã do rádio em posição central e materiais e acabamentos que, sem serem premium, denotam cuidado, bom gosto e alguma qualidade. Depois, quando nos sentamos, em especial à frente, notamos o conforto dos bancos, que sujeitam bem o corpo e um habitáculo surpreendentemente espaçoso, onde cabem cinco pessoas (embora o conforto máximo seja atingido com quatro ocupantes).

A mala, com 252 litros de capacidade, tem uma dimensão razoável para um citadino. Pormenor de louvar, sob o fundo da mala do carro que conduzimos vinha um muito útil pneu de emergência, uma oferta da campanha de lançamento (no futuro, opção por 100€), em vez do famigerado kit de “reparação” de pneus que muitas marcas impingem aos seus clientes para poupar uns euros.

Depois, ainda antes de pôr o carro em marcha, notamos que a instrumentação, apesar de intuitiva e de simples manuseamento, é bastante completa, com a maioria dos comandos no volante, em posições que tornam fácil o seu accionamento. Dá-se à chave e logo se sente que o motor tricilíndrico do pequeno citadino que é a entrada de gama da marca coreana tem um comportamento adequado ao que se espera num veículo desta gama, em especial em cidade, que é o meio ambiente natural deste carro.

Claro que de um propulsor 1.0 com 66cv não se podem esperar as performances de um desportivo, mas o i10 tem um comportamento ágil e, até pelas suas dimensões, despacha-se muito bem em vielas estreitas de velhas cidades. O único ponto negativo é a dificuldade em engrenar a marcha-atrás na caixa manual em que as cinco velocidades para a frente entram com facilidade e estão bem escalonadas. E embora não disponha de sistema Start/Stop de paragem e arranque automáticos do motor, tem indicação de mudança de velocidade. Com uma direcção precisa e directa, o i10 é muito fácil de conduzir e tem bom comportamento, mormente em estradas com muitas curvas.

Não será um estradista, notando-se alguma falta de velocidade de ponta, em especial na condução em auto-estrada, mas também se podem fazer viagens mais longas com algum conforto. Como é lógico, com apenas 66cv de potência, quando se pisa o acelerador o consumo sobe exponencialmente. Num percurso misto de cerca de 300km obtivemos uma média a rondar os 6,0 l/100km.

De notar que, ao contrário da maioria dos carros do segmento A, citadinos, onde o Hyundai i10 se insere, tem travões de disco ventilados à frente e de disco sólidos atrás. Aliás, não é só neste pormenor que este pequeno veículo tem equipamentos e dispositivos que só se encontram normalmente em modelos de segmentos superiores. É também o caso do sistema de gestão da estabilidade do veículo, VSM, de contrabrecagem para melhoria da estabilidade e guiabilidade do veículo, particularmente em curva, associado ao controlo de estabilidade, e do muito útil sistema de iluminação em curva.

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