Fugas - Motores

  • Nuno Ferreira Santos
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Uma renovação a piscar o olho ao futuro e a pensar na economia

Por Carla B. Ribeiro

A Volkswagen deu um banho de modernidade ao Polo de 2009 sem esquecer eficiência e consumos. Exemplo disso é o tricilíndrico 1.0 MPi a gasolina de 75cv com tecnologia Bluemotion.

Diz-se “novo”, mas ainda não é uma nova geração. Trata-se apenas de uma lavagem de cara que já era bem precisa para um modelo que data de 2009. Ainda assim, mesmo com a ausência de novidades que saltem à vista, surge com uma imagem modernizada e com novos propulsores, como aquele que testámos durante alguns dias: o tricilíndrico 1.0 MPi a gasolina de 75cv que, com tecnologia Bluemotion, foi adoptado do VW Up!.

Mas comece-se por dar uma volta ao carro pelo lado de fora. Colocado lado a lado com o modelo lançado em 2009, as diferenças são óbvias. Mas não o suficiente para fazer com que o “novo” Polo seja notado entre as filas de trânsito.

Nota-se, porém, que houve uma preocupação em actualizar a imagem do carro e, ao mesmo tempo, incorporar elementos com os quais nenhum carro já passa bem sem. Caso dos faróis com luzes de dia em LED, a marcarem a frente do veículo, pela qual também é visível um pára-choques redesenhado.

A modernização não se ficou pelo exterior. Por dentro, todo o painel foi revisto e surge agora mais limpo e fácil de usar, assim como acontece com os comandos no volante. No centro do tablier, destaca-se um ecrã táctil a cores, onde é fácil aceder às funções do telefone, do rádio, de media, etc.

Sublinhe-se ainda a inclusão, de série, de tecnologias de infoentretenimento, tais como rádio DAB, Bluetooth, além de portas USB e Aux, estrategicamente colocadas ao centro, no compartimento sob o ecrã — mais-valias que podem parecer comuns mas que continuam a surgir como extras em algumas marcas.

Já o conforto no interior não é excelente e demora um bocadinho até que o corpo se habitue à dureza dos bancos, o que se pode tornar desconfortável em viagens mais longas. No banco traseiro, três pessoas conseguem sentar-se, mas irão a acotovelar-se o trajecto inteiro. Já apenas dois ocupantes conseguem o espaço necessário, excepto ao nível dos joelhos — se os ocupantes dianteiros forem altos, dois adultos no banco de trás verão o conforto ser prejudicado, o que não acontece quando o banco é usado por crianças.

E quanto a arrumar bagagem? O melhor é ser cuidadoso a arranjar as malas e os sacos. É que o espaço disponível é parco: são 280 litros e a divisória que ajuda a manter a arrumação no porta-bagagem também não facilita a arrumação de volumes maiores, sendo para tal necessário retirá-la.

Mas o melhor é dar à ignição e descobrir como se comporta o tricilíndrico 1.0 MPi a gasolina de 75cv, já conhecido do Up!, num Polo. Primeira coisa a observar: a Volkswagen não foi feliz no trabalho de minimizar o ruído do motor. O carro é barulhento ao ponto de haver quem suspeite dos nossos conhecimentos quando informamos que se trata de um gasolina (“Tens a certeza? Pelo barulho parece ser a diesel…”).

Suspeitas desfeitas, o bloco revela aquilo que se espera dele: consegue ser poupado, sobretudo depois de embalado, como acontece em auto-estrada, pela qual o comportamento é muito satisfatório, sendo que a marca anuncia como velocidade máxima os 173 km/h.

Tanto em cidade como em estradas sinuosas, o Polo tricilíndrico de 75cv também consegue desempenhos razoáveis. Mas em ambos os traçados há uma condição para que o bloco se comporte à altura: trabalhar com a caixa a todo o instante. Por isso, para quem não gosta de conduzir, o carro pode transformar-se num pesadelo. É que, tanto no pára-arranca urbano como em curva e contracurva, é constante a necessidade de passagem entre relações. Sobretudo se o carro for lotado, como nos aconteceu.

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