Fugas - Motores

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Um carro recheado de soluções simples e originais

Por João Palma

A oferta no subsegmento dos crossovers compactos é vasta e qualificada, pelo que, para ganhar o seu espaço, os fabricantes têm de apresentar modelos que se distingam. No caso da Citroën, o C4 Cactus é, sem dúvida, um carro diferente.

Há carros novos que, pese embora as suas qualidades, passam despercebidos na massa de viaturas circulantes. Outros, porém, suscitam a curiosidade, olhares, perguntas. O Citroën C4 Cactus integra-se plenamente na última categoria. Goste-se ou não dele, é unânime a constatação que estamos perante um carro diferente. Se se tornará um modelo clássico, só o tempo o poderá determinar, mas parece não haver dúvidas de que a Citroën criou um carro original que também é funcional.

O C4 Cactus, informa a Citroën, “é um carro compacto com custos de utilização e de consumos controlados”. Um dos pontos de partida foi a redução de peso sem hipotecar qualidade ou segurança: o resultado é um veículo que pesa menos 200 quilos que um C4 equivalente, com ganhos nos consumos e performances.

Para essa redução concorreram, além do uso de materiais mais leves e resistentes, como alumínio e aços leves no chassis e na carroçaria, ou a construção sobre a plataforma P1 do grupo PSA (a mesma dos Citroën C3, C-Elysée e Peugeot 208), medidas como a abertura a compasso das janelas traseiras, o banco traseiro inteiriço, o Magic Wash (dispensador de líquido incluído no limpa-pára-brisas, que, além de diminuir para metade o peso do depósito, proporciona uma limpeza mais eficiente) e até mesmo uma certa poupança no isolamento do ruído do motor.

Por isso, até parece que houve uma multiplicação dos 92cv do motor 1.6 HDi que equipava o carro que conduzimos. Obtivemos 5,6 l/100km de média de consumos, numa condução sem grandes preocupações de poupança. Claro que as performances deste crossover compacto não são as de um desportivo: até pelo comportamento pouco reactivo da caixa pilotada da viatura que nos disponibilizaram, o C4 Cactus apela a uma condução suave e familiar. Ainda assim, não se nota falta de força mesmo quando a estrada se empina. E se a caixa semiautomática, embora muito melhor que anteriores versões, ainda deixa algo a desejar, já o sistema Start/Stop de paragem e arranque automáticos do motor tem um comportamento irrepreensível.

A outra das premissas na concepção do C4 Cactus foi a criação de soluções simples e económicas mas tecnologicamente inovadoras que não só facilitassem como contribuíssem para o prazer de condução. O exemplo  mais marcante são os Airbumps, painéis de película plástica com bolsas de ar incorporadas que, para além de proteger as portas e os pára-choques de pequenos toques, são uma característica distintiva do visual deste crossover. Outro deles é o ecrã táctil de 7’’ que integra os comandos dos sistemas de informação, entretenimento, câmara traseira, ar condicionado ou ainda, no caso do carro que conduzimos, os sistemas de navegação e parqueamento automático. Curiosamente, com tanta informação disponível, não existe conta-rotações. Outra lacuna, mesmo nos níveis superiores de equipamento, é o facto de o volante só ser regulável em altura (embora a regulação em altura e profundidade do banco do condutor possibilite visibilidade e uma boa posição de condução).

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