Fugas - Motores

Para ser um carro premium não lhe falta nada

Por João Palma

Económico nos consumos com motor diesel, confortável, agradável de conduzir, bons materiais e acabamentos no nível de equipamento superior, boa relação preço/equipamento. É difícil encontrar defeitos na carrinha do Peugeot 308.

Se tivéssemos feito um teste completo à carrinha do Peugeot 308, na rubrica Barómetro teríamos de apontar os aspectos positivos e negativos do veículo que conduzimos. Se na primeira vertente tal seria fácil, já quanto aos defeitos tornar-se-ia difícil encontrar alguns. Não foi por acaso que um júri composto por 58 jornalistas de 22 países europeus escolheu o Peugeot 308, entre 30 veículos comercializados na Europa durante 2013, como Carro do Ano Internacional de 2014.

Uma declaração de princípios: os veículos que testamos na secção Motores da Fugas são novos e, normalmente, com equipamento topo de gama e extras (como é o caso desta carrinha Peugeot 308 com o nível Allure). Também é sabido que a maior parte dos defeitos dos novos modelos só ocorrem após o veículo ter feito umas dezenas de milhares de quilómetros, pelo que as nossas avaliações estão limitadas por essa premissa,

Porém, há coisas que podemos desde já afirmar e que não se alteram com a idade dos carros. No caso da nova carrinha do modelo do segmento C da marca do leão, é de realçar a facilidade com que se obtém uma posição de condução que é boa e proporciona visibilidade. Um tablier sóbrio em que se destaca um ecrã táctil de 9,7’’, cujo modo de operação é intuitivo e onde se concentram a maioria das funcionalidades de infoentretenimento (as restantes accionáveis pelos comandos no volante). O volante pequeno, de fácil e agradável manuseio, possibilita, pelas suas dimensões, a consulta do painel de instrumentos/computador de bordo por cima do bordo superior do aro do volante, sem necessidade de desviar os olhos da estrada.

O motor diesel e-HDi de 116cv já é conhecido de outros veículos do grupo PSA. Na gama de motores, também está disponível o novo tricilíndrico PureTech 1.2 e-THP de 130cv a gasolina do grupo PSA, de que já aqui demos conta, montado num Citroën C4 (o Peugeot 308 com esta motorização e o mesmo nível de equipamento, Allure, custa 27.690€). Há ainda uma versão com melhores performances, graças a um motor diesel 2.0 Blue HDi de 150cv, que não fica atrás nos consumos do 1.6 e-HDi e até já cumpre a norma de emissões Euro 6 (o 1.6 e-HDi é Euro 5). O principal óbice é ser 5000€ mais cara.

Antigamente, ao avaliar um certo veículo, dizia-se em tom jocoso: “É um bom carro, até tem rodas e tudo!” Com a nefasta invenção do kit de “reparação” de pneus, a frase ganhou outro sentido, mais sério. No caso da carrinha 308 que conduzimos, sob o fundo da bagageira de 613 litros, para além de um espaço adicional de 47 litros, encontramos uma muito recomendável roda sobresselente de emergência. A capacidade da mala (de formas regulares, ganchos, elásticos, calhas para sujeitar a carga e pequenos espaços para guardar objectos) com a fila traseira de bancos rebatidos pode ir até aos 1775 litros (até ao tecto).

A nova Peugeot 308 SW está construída sobre a plataforma modular EMP2 do grupo PSA, sendo 140kg mais leve que a sua antecessora. Com 4585mm de comprimento, 1863mm de largura e 1470mm de altura, a carrinha é 332mm mais comprida que a berlina. Isso reflecte-se na capacidade da mala (+158 litros) e também no espaço para os ocupantes, em especial atrás.

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