Fugas - Motores

Nuno Ferreira Santos

Juntar o agradável ao útil

Por João Palma

Pode o Mini ser um carro familiar? A variante de cinco portas, com uma mala maior e capacidade para cinco pessoas sem perder o go-kart feeling tão típico, é a resposta.

Uma declaração de interesses prévia: quem escreve estas linhas gosta do novo Mini, da sua personalidade e do prazer de condução que proporciona, mesmo reconhecendo-lhe as limitações a nível funcional e o facto de, ao contrário do Mini original, não ser um carro barato. Foi, por isso, com algumas reticências que se sentou ao volante do Mini de cinco portas que nos disponibilizaram para ensaio. Seria esta variante mais funcional que o resto da gama Mini? E, em caso afirmativo, não perderia identidade?

Pois a verdade é que o Mini de cinco portas, sem exceder, no geral, a fasquia dos quatro metros de comprimento (embora a versão desportiva que conduzimos tivesse 4005mm em vez dos 3982mm de comprimento do carro “normal”), continua a transmitir o go-kart feeling (sensação de facilidade e de prazer de condução típica de um kart) tão característica dos Mini e, sem ser um paradigma de funcionalidade ou habitabilidade, pode transportar cinco pessoas (embora o passageiro do meio atrás possa ir algo apertado). Com uma mala de fundo duplo de 278 litros (941 litros com os bancos rebatidos), uma família com dois filhos crescidos pode ir de férias e levar toda a tralha necessária (e mesmo mais alguma coisa, como comprovámos).

Para o referido go-kart feeling também contribui o facto de termos conduzido a versão mais potente a gasóleo, Cooper SD, com motor 2.0 turbo de geometria variável e injecção directa por rampa comum, que debita 170cv e tem o binário máximo de 360 Nm logo às 1500 rpm (isto é, está disponível, praticamente desde o arranque), acoplado a uma bem escalonada caixa automática desportiva de seis relações.

Este é o Mini de cinco portas mais caro, com um preço-base de 32.953€ (o veículo que conduzimos, todo “artilhado”, custava 41.533€). A versão mais acessível, One, com motor 1.2 a gasolina de 102cv, custa sem extras 20.500€; a gasóleo, os preços começam nos 22.500€ do One D com motor 1.5 de 95cv; ambos trazem caixa manual de seis velocidades. E se é verdade que nestas versões de entrada de gama o espaço interior e a capacidade da mala se mantêm, também é óbvio que se perde um pouco da diversão de conduzir — potência oblige

O motor é potente mas não muito guloso: numa condução que incluiu sinuosas estradas de montanha conseguimos uma média a rondar os 6,5 l/100km, apesar de o carro que conduzimos vir equipado com jantes de 17’’ — que aumentam os consumos face às jantes de 16’’ de série — do pack Chili opcional (2550€, inclui ainda Mini Driving Modes, sensores de luz e de chuva, cruise control computador de bordo e faróis adaptativos em LED, etc.).

O Mini Driving Modes, por meio de um selector localizado junto à alavanca de velocidade, permite optar entre três modos de condução: Green (economizador, com indicação da poupança na condução em quilómetros e, com caixa automática, função coast, que, quando adequado, desliga o motor, deixando o carro deslizar sem consumir combustível), Mid (o que está automaticamente activo no arranque) e o Sport, em que, com a luz ambiente a ficar em tons de vermelho, se nota a diferença na resposta ao pisar do acelerador e a suspensão fica mais firme se a viatura vier equipada com o opcional Dynamic Damper Control (500€), como foi o caso.

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