Fugas - Motores

Insignia, o executivo que quer chegar cada vez mais longe

Por Carla B. Ribeiro

Associado ao conhecido conforto do familiar médio, o bloco 1.4 Turbo FlexFuel garante prestações satisfatórias e uma autonomia superior a 1500 quilómetros.

Enquanto várias marcas continuam a explorar a vertente eléctrica de forma a reduzir a pegada ambiental e custo de consumos, encontrando soluções que ainda penalizam em muito a autonomia, a Opel parece querer manter-se fiel a uma premissa diferente.

Também resulta numa menor pegada ambiental e também reduz o custo do consumo, mas garante autonomias capazes de fazer Portugal de lés-a-lés sem uma única paragem para abastecer.

É que, somando a autonomia do depósito a gasolina de 70 litros ao tanque de gás de 21 litros, a marca indica ser possível percorrer mais de 1700km. E mesmo sendo este um número inflacionado, estando sujeito a condições óptimas para efectuar as médias anunciadas, é muito possível conseguir marcar os 1500 quilómetros sem acrescentar uma gota que seja de combustível.

Contudo, não se podem considerar apenas pontos a favor. Com o sistema FlexFuel incorporado, o Opel Insignia 1.4 de 140cv perde ligeiramente na velocidade máxima — de 205 km/h para 195 km/h — e tempo considerável nas acelerações e retomas. É que se o bloco 1.4 dissociado do sistema a gás já não era nenhum portento na aceleração, marcando 10,9s dos 0 aos 100 km/h, com o GPL incluído na equação passa a registar 11,9 segundos. É certo que ninguém deverá escolher um Opel Insignia para se dedicar a corridas, mas, com o botãozinho do GPL ligado, o veículo não deixa de ter um comportamento um tanto ou quanto frustrante quando a resposta do bloco é chamada à acção numa qualquer ultrapassagem. Aliás, nestes casos, o melhor mesmo é desligar o sistema de gás e usar somente a gasolina.

A verdade é que se se for jogando entre um sistema e outro, algo completamente imperceptível e que não provoca nenhum incómodo, pouco ou nada se sentirá a falta de potência desejada para um carro que pesa mais de uma tonelada e meia: aposte-se no sistema a gasolina para os pára-arranca, para ultrapassagens mais apertadas, para arranques mais enérgicos. E no gás para se manter a velocidade-cruzeiro desejada. Se se conseguir o feito, então ter-se-á o melhor de vários mundos, conclusão a que se chega rapidamente na hora de abastecer e pagar a conta. É que se o litro de gasolina anda quase nos 1,50€, o litro do gás fica abaixo dos 70 cêntimos, ou seja, custa menos de metade. Uma economia que pode chegar aos mil euros a cada 25 mil quilómetros, assegura a Opel.

Há ainda a ter em conta que, de acordo com a marca, quando se opta pelo GPL, o bloco produz cerca de 15% menos emissões de CO2 comparativamente a quando é alimentado pela gasolina, além de potenciar a durabilidade do motor e de todos os seus componentes. Um argumento deixado de parte na primeira década do milénio, mas que começa a ganhar outro peso nos dias que correm, com o consumidor comum a realizar compras sem ponderar a troca ao fim de quatro ou cinco anos.

O Opel Insignia, cuja próxima geração deverá surgir em 2017, foi alvo de uma profunda renovação que já data de finais de 2013, e que assegurou que o carro conquistasse uma faceta actualizada mesmo com o peso de ser um modelo de 2008. Para tal, foi beneficiado com novos pára-choques, uma redesenhada grelha dianteira e diferentes ópticas. Já pelo interior foram introduzidas várias mudanças que pretenderam, com sucesso, tornar as várias funcionalidades do veículo mais fáceis de usar. Tanto o painel de instrumentos como a consola central foram alvo de uma operação de simplificação. É certo que permanecem ainda muitos botõezinhos a estudar, mas estão todos mais bem arrumados e a sua utilização tornou-se mais intuitiva. E para quem continua a achar tudo muito confuso, a Opel integrou um eficiente sistema de comando por voz.

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